Vila Galé: “O fluxo de reservas está a aumentar todas as semanas”

Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador da Vila Galé, garante que “a pandemia não tirou a vontade de viajar” e que, com a estabilização das regras de viagens e as companhias aéreas a reporem a sua oferta no mercado, “as perspetivas começam a ser mais positivas”. Em conferência de imprensa ontem, no Vila Galé Estoril, o empresário admitiu que o mês de março “vai ser francamente melhor” e que muitos hotéis já apresentam taxas de ocupação para o mês de abril acima dos 60%.

[blockquote style=”1″]As receitas do grupo hoteleiro, em Portugal, situaram-se nos 59 milhões de euros, entre 48% a 50% inferiores aos níveis pré-pandémicos.[/blockquote]

Em jeito de balanço, o responsável recorda que 2021 ainda foi “um ano bastante difícil”, mas melhor do que 2020. As receitas do grupo hoteleiro, em Portugal, situaram-se nos 59 milhões de euros, entre 48% a 50% inferiores aos níveis pré-pandémicos. Mas já foi possível alguma recuperação face a 2020, quando a quebra nas receitas se situou nos 70%. A verdade é que, se há dois anos, foi o mercado nacional a sustentar essencialmente o negócio turístico, o ano passado já se verificou alguma retoma dos mercados internacionais, admite Gonçalo Rebelo de Almeida, na sua maioria europeus, e sobretudo nos meses de agosto, setembro, outubro e parte de novembro.

Se em anos considerados “normais”, a proporção entre turistas estrangeiros e turistas nacionais seria de 65% e 35%, respetivamente, em 2021 verificou-se o contrário, com 65% dos turistas nacionais responsáveis pela ocupação dos hotéis.

Já no Brasil, as receitas o ano passado atingiram os 325 milhões de reais, um valor 15% abaixo do período antes da pandemia, sendo que em 2020 a queda fora de 50%. Na realidade, estes decréscimos nunca foram tão acentuados como em Portugal e o mercado brasileiro recuperou mais rápido, explica o gestor, se bem que reconhece que as cidades não recuperaram tão bem como os resorts.

Neste momento, Gonçalo Rebelo de Almeida diz que desde a segunda semana de janeiro se verificam “os fluxos de reservas a aumentar todas as semanas”. Isto sobretudo da parte do mercado inglês, o primeiro a reagir, mas também da Holanda, Escandinávia, França e Alemanha. Fora da Europa, a retoma é mais lenta.

Contudo, as previsões para este ano ainda são cautelosas, com o administrador da Vila Galé a apontar para que as receitas ainda se situem, em 2022, entre 10% a 15% abaixo de 2019, até porque nem todos os segmentos retomam ao mesmo ritmo. Adianta ainda que, este ano o mercado internacional deverá crescer, passando a proporção a ser de 60% para estrangeiros e de 40% para turistas nacionais.