#32anos: “A ambição deve ser manter o Turismo como um dos motores da nossa economia”

No ano em que a Ambitur comemora o seu 32º aniversário, e quando as empresas do setor do turismo conseguiram finalmente “respirar” depois das ondas negras que a pandemia trouxe a nível global, quisemos ouvir os Conselheiros Ambitur, assim como a secretária de Estado do Turismo e o presidente do Turismo de Portugal, sobre o que nos pode esperar nos próximos tempos. Que desafios se levantam na próxima década e que resultados deve o turismo ambicionar, quais os grandes objetivos e estratégias a ter em mente e que temas estruturais importa resolver? Foi a estas questões que procuraram responder. O horizonte não se assemelha tão risonho como as empresas turísticas ou os organismos que tutelam o setor gostariam e muitos são os fatores que provocam incerteza e dúvidas sobre o futuro. Como perspetivam então este novo turismo que temos pela frente? Leia hoje o testemunho de José Theotónio, CEO do Pestana Hotel Group e Conselheiro Ambitur.

Num mundo de incerteza não é fácil falar a uma década. Mas arriscando diria que os desafios se prendem com a qualidade ambiental dos destinos e das empresas que operam nesses destinos, na qualidade do serviço que proporciona a experiência que foi prometida e no “conforto” (inclui a facilidade e à comodidade) que se pode ter ao longo de toda a jornada do Cliente, desde a pesquisa até ao regresso a casa.

Se já temos o melhor clima da Europa e somos dos destinos com melhores profissionais, a aposta deve ser no reforço da formação de profissionais valorizados pela opção profissional que fizeram, e termos os destinos mais sustentáveis do mundo.

A 10 anos, a ambição deve ser manter o Turismo, pelas vantagens competitivas que temos, como um dos motores da nossa economia proporcionando ótimas experiências aos clientes, desenvolvimento profissional e pessoal a todos os que trabalham no setor e um impacto positivo nas comunidades e no desenvolvimento coletivo.

Estrategicamente, há que:

  • Olhar para o Turismo como um motor de desenvolvimento com hipóteses de ter grande valor acrescentado no nosso País;
  • Planos integrados para que o melhor património cultural e ambiental possa ser visitado com as cargas corretas;
  • Promover a transição energética e a descarbonização das infraestruturas;
  • Promover a utilização de águas residuais e da agua dessalinizada nos campos de golfe e em outras infraestruturas turísticas;
  • Favorecer a concentração empresarial para criar empresas com dimensão.

A nível nacional, os temas estruturais a resolver são:

  • Infraestruturas aeroportuárias, valorização das profissões turísticas;
  • Aumento da dimensão das empresas nacionais para não depender excessivamente de outros parceiros.