O Turismo de Portugal está de “Portas abertas”, iniciativa através da qual irá percorrer o país para dar a conhecer, através de um conjunto de sessões a realizar ao longo do ano, aquilo que se faz no Turismo de Portugal e que contribui para o papel que o país tem vindo a desempenhar como destino turístico no panorama internacional. As sessões contam com a intervenção de um keynote speaker não ligado ao turismo de forma a promover a transversalidade do setor.
A primeira sessão decorreu hoje, na Escola de Turismo de Lisboa, sob o mote “Decidir bem em Turismo”, que contou com a participação de Patrícia Gaspar, 2.ª Comandante Operacional Nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), para falar sobre da tomada de decisão. Em seguida, foram apresentadas as plataformas TravelBI e SIGTUR, do Turismo de Portugal, que servem de apoio à decisão no setor turístico.
Partilha de informações entre a Proteção Civil e o Turismo
Patrícia Gaspar, envolvida no combate aos incêndios de Pedrógão Grande e mais recentemente de Monchique, afirma que o processo de tomada de decisão apresenta quatro dimensões: a informação, os objetivos, valores e o saber/experiência. Nos grandes incêndios, existe uma enorme pressão, e escrutínio, para resolver o problema e geram-se, muitas vezes, juízos precipitados. No entanto, há sempre que tomar “a decisão possível com os dados que tenho. Eu costumo dizer que há boas e más decisões mas a pior de todas é uma não decisão”, argumenta.
Atualmente, a lei é muito “clara” no que respeita às normas de segurança nas unidades hoteleiras: é obrigatório ter planos de segurança e emergência assim como sinalética adequada. A comandante acrescenta que “é fundamental o treino, os simulacros, porque é aí que vocês vão conseguir identificar falências, constrangimentos e garantir um processo de melhoria que permita corrigir”. Além disso, aconselha o contacto próximo com o Comandante Distrital de Operações de Socorro.
Patrícia Gaspar defende que a “partilha de informação” entre a Proteção Civil e o setor turístico, é também fundamental. A ponte entre as duas partes, “permite-nos ficar a conhecer a vossa realidade e ajudar-vos em caso de emergência quando for necessário. Temos de garantir que vocês conseguem receber a informação de que precisam para poderem tomar as vossas decisões”.
“A comunicação é absolutamente crítica” e, portanto, “a informação mais importante que normalmente vamos buscar à área do turismo é se na zona afetada existe ou não população estrangeira” porque caso exista é importante preparar os briefings também em inglês. A comandante dá o exemplo do Algarve, que recebe muitos turistas no verão, momento marcado pela ocorrência de incêndios.
Durante o último incêndio em Monchique, o Macdonald Monchique Resort & Spa teve de fechar portas durante algum tempo e existe uma ONG chamada “Save Communities” que informa os estrangeiros residentes ou de passagem pelo Algarve destas ocorrências mais perigosas.