A época turística em Portugal deverá registar “novos máximos” em 2015, destacando-se a “qualificação gradual, mas segura” da actividade e a melhoria da posição competitiva do país no contexto internacional, segundo os dados disponíveis até Setembro.
Em entrevista à agência Lusa, João Cotrim de Figueiredo, presidente do Turismo de Portugal, afirma que “temos uma noção já bastante aproximada do que irão ser as reservas da época alta e, nesta altura, sabemos que temos a generalidade das regiões do país com taxas de ocupação recorde e com receitas por quarto também recorde. Desse ponto de vista vai ser uma boa época alta e um bom verão para o turismo português, o que indicia que estaremos, no final do ano, perante mais uma época turística que estabelecerá novos máximos”.
Segundo João Cotrim de Figueiredo, apesar de só existirem dados oficiais até Junho, as indicações que vêm sendo recolhidas “de uma forma mais oficiosa” relativamente ao segundo semestre “continuam a ser positivas”, reforçando a estratégia do Turismo de Portugal de “ter um destino muito ágil e dinâmico, que vá aumentando a sua qualidade de uma forma gradual, mas segura”.
Começando por apontar o crescimento “muito perto dos dois dígitos, de 8,5 a 9%, na generalidade dos indicadores” do turismo em Portugal, a que corresponde um crescimento acumulado de cerca de 30% nos últimos dois anos, João Cotrim de Figueiredo destaca que, conforme pretendido, “os indicadores de qualidade estão a crescer mais fortemente do que os indicadores de quantidade”.
“Portanto é de assinalar uma qualificação gradual, mas segura, do tipo de turismo que temos em Portugal, com os dados qualitativos (preço, receitas por quarto) a progredirem mais depressa do que os indicadores meramente numéricos, quantitativos (hóspedes e dormidas)”, sustentou.
Também apontada é a “taxa de progressão muito acentuada” registada pela Alemanha, França e Itália, que são “mercados com um enorme potencial e que não tinham tido ainda um aumento de quota de mercado portuguesa tão expressivo como agora”.
Como resultado desta evolução, o Turismo de Portugal antecipa também para 2015 “novos máximos a nível das receitas capturadas pela actividade” e, designadamente, a nível do saldo da balança turística.
É que, referiu o presidente daquela entidade, a diferença entre as receitas deixadas pelos estrangeiro que vêm a Portugal e os gastos dos portugueses que vão ao estrangeiro, que até Junho estava a crescer “perto de 17%”, “se mantiver este ritmo permitirá ultrapassar a barreira dos oito mil milhões de euros de saldo da balança turística nacional do ano”. Um número que descreve como “absolutamente impressionante” e que, destaca, representa “o contributo do turismo para a economia e para a balança de pagamentos portuguesa”.