A Ambitur esteve à conversa com José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e do Ribatejo, que participou na BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa), com um stand em grande destaque no Pavilhão 2 da FIL.
O Turismo do Alentejo e do Ribatejo lança agora um portal com os percursos da região. Que outras novidades se esperam em 2024?
O portal agora lançado agrega todos os percursos que temos na região, quer no Alentejo quer no Ribatejo, sejam eles percursos de bicicleta ou caminhadas. Estamos a falar de 275 percursos e de quase 10 mil quilómetros, nos quais se incluem as etapas dos Caminhos de Santiago.
Outro ponto é uma direção de trabalho que temos e queremos consolidar este ano, que transforma o produto territorial em produto comercial. Investimos muito dinheiro em criar infraestruturas e depois temos de atrair negócio e empresas que possam vender percursos nessas infraestruturas. Nós criamos o contexto e quem cria o produto são os privados – como é exemplo o primeiro produto comercial “Caminhos de Santiago no Alentejo”, idealizado pela Vila Galé e pela Tryp Portugal, feito para ser usufruído em bicicleta.
Já tem outros projetos e campanhas em vista?
No caso do Alentejo, que já entrou no mindset dos portugueses, fazemos campanhas táticas que podem ser subordinadas a alguns temas ou segmentos. Lançámos o “Alentejo Festival Food Love Fest”, que durante os quatro fins-de-semana de março, 17 restaurantes em 12 localidades e mais de 50 cozinheiros estarão a promover o turismo gastronómico. A seguir ao verão, teremos um festival de turismo de literário. Além disso, haverá as campanhas táticas para o mercado nacional, primavera-verão e outono-inverno.
Vamos ter também uma campanha para a “Espanha Próxima” porque há regiões que, pela sua proximidade a Portugal, como Andaluzia, são interessantes para ajudar a quebrar a sazonalidade e a trazer turistas para as regiões com menor notoriedade, como é o caso do Baixo Alentejo e do Ribatejo.
No Ribatejo, vamos procurar ter mais conteúdos de promoção, até com esta campanha em Espanha. Acreditamos que a região tem um grande potencial turístico e é óbvio que há muito trabalho a fazer, especialmente na organização da oferta e na atração de mais investimento privado. Estamos a falar de um território que não tem um hotel de cinco estrelas, mas que já tem uma Estrela Michelin.
Quanto está a ser investido na promoção das regiões?
Este festival de gastronomia, por exemplo, vai custar 30 mil euros. Quando colocamos um cêntimo num restaurante do Alentejo, isso é multiplicado por 100. Temos de saber pôr o dinheiro às horas certas. No caso do enoturismo, do turismo literário, do walking e do cycling, e das campanhas de motivação geral, cerca de 200 mil euros. É pouco para as necessidades, mas continuamos sem ter acesso a fundos europeus. Quando conseguirmos ter essa alavancagem teremos envelopes financeiros para campanhas mais musculadas.
Como conseguem extrair o feedback dessas campanhas?
Investimos, no último trimestre de 2023, 250 mil euros com a campanha de outono-inverno para as regiões e a avaliação interna que fazemos é que a campanha até foi elogiada pelo Turismo de Portugal. Acredito que tenhamos conseguido com esse trabalho levar o Alentejo a ser a região portuguesa que mais cresceu no mercado interno. Quando chegamos a dezembro de 2023 ainda crescemos 18% no mercado interno face a 2022. É difícil medir e converter publicidade em media, com exceção do digital, mas crescemos acima da média nacional em dormidas e hóspedes, nas receitas um pouco abaixo, mas ligeiramente, e crescemos mais 48% em proveitos do que em 2019.
Para esta época de inverno, já há perceção se há algum crescimento?
Como os indicadores mostram, a região do Alentejo tem crescido e os dados que nos têm feito chegar dizem que têm sido bons meses, quando os mesmos costumam ser difíceis, apesar de isto ainda não ser uma informação consolidada. Claro que o mês de março será bom porque vai apanhar a Páscoa.
Este ano, as regiões vão crescer ao ritmo de 2023?
Acho que será um ano de consolidação porque a procura do mercado nacional está estabilizada no Alentejo. No caso do Ribatejo ainda é preciso trabalhar nesse sentido. Não iremos crescer ao nível de 2023, cresceremos apenas a um digito, mas haverá crescimento até porque vão abrir mais quatro hotéis e teremos mais oferta. Na procura internacional vamos crescer mais do que em 2024, até por aquilo que as empresas nos têm transmitido.
Por Diana Fonseca, na BTL 2024






















































