A ANAV – Associação Nacional das Agências de Viagens refere, em comunicado, que após meses de conversações com a Ryanair relativamente ao novo Portal do Agente de Viagens que a companhia aérea lançou, “o resultado global do diálogo ficou aquém das expectativas legítimas do setor”. A associação explica que a Ryanair se mantém inflexível na estratégia de acesso direto ao cliente final, contornando o papel fundamental das agências de viagens no ecossistema turístico nacional. E rejeita esta abordagem por considerá-la lesiva para os interesses das agências e dos clientes.
“O chamado ‘Portal do Agente’ da Ryanair pode rapidamente transformar-se num artificio enganoso para as agências de viagens”, afirma Miguel Quintas, presidente da ANAV. E acrescenta: “A companhia aérea continua a utilizar um discurso de aproximação, mas insiste em retirar as agências da equação, apropriando-se do cliente final de forma sub-reptícia. Estamos perante uma tentativa clara de desintermediação camuflada de parceria”.
A ANAV sublinha ainda que o portal apresentado não responde a várias das exigências que foram colocadas pela associação em nome do setor, tais como:
- Transparência total na relação contratual com as agências;
- Garantia de não contacto direto com o cliente final;
- Suporte pós-venda acessível e eficaz via agências.
Para a ANAV, este modelo híbrido, sem garantias de proteção dos interesses dos agentes, não é aceitável. A associação considera que a Ryanair está a usar o pretexto de um “canal oficial” para seduzir as agências com promessas incompletas, ao mesmo tempo que prossegue com a sua lógica de desintermediação.
A ANAV afirma que apelará às instâncias nacionais e europeias competentes para que este tipo de práticas, que distorcem o equilíbrio do mercado, sejam escrutinadas e, quando necessário, travadas.






















































