João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, esteve ontem na sessão de abertura do XIX Congresso da ADHP, que termina hoje no Algarve. O responsável felicitou a escolha do tema deste congresso – “Gerir na incerteza, Repensar o Futuro” – porque “hoje sabemos que o nosso desafio é um novo normal”. E lembrou que estamos perante um setor que se transforma a nível de modelos de gestão, de canais de distribuição e de mercados emissores, acrescentando destinos novos e estando sujeito a fatores externos. O orador disse também que, desde 2018, altura em que assumiu as funções à frente do Turismo do Algarve, “está bastante calejado” em termos de crises, pois “os últimos anos foram de mudanças bíblicas”.
“hoje sabemos que o nosso desafio é um novo normal”.
Lembrou que, logo nesse ano, a região sofreu o impacto da falência de três companhias aéreas, que representavam 10% dos passageiros desembarcados no Algarve e que, no ano seguinte, já tinha reposto toda a capacidade perdida. Ainda em 2018, mas em agosto, no pico da procura, o grande incêndio de Monchique levou o Turismo Britânico a aconselhar os seus turistas a não se deslocarem ao Algarve pois a região estava a arder, obrigando a uma rápida reposição da realidade dos factos. Um ano depois, na Páscoa e também no mês de agosto, deu-se a greve dos motoristas de matérias perigosas e “mais uma vez fomos pró-ativos, estando no grupo de trabalho para os serviços mínimos e conseguimos atenuar algum desse impacto”, explica João Fernandes. Em setembro desse ano, “dá-se o impensável”: um dos maiores operadores turísticos internacionais, a Thomas Cook, declara falência. Para logo depois, em janeiro de 2020, se concretizar o Brexit e, em março, surgir a pandemia de Covid. “E quando pensávamos que as coisas estavam a retomar outro caminho, a Rússia invade a Ucrânia”, lembra. Um setor que está pois permanentemente sujeito a ter de reinventar-se.
Por isso, João Fernandes não concorda quando acusam o setor de ter demasiadas associações. Isto porque “é um setor que tem sempre a capacidade de reinventar-se, a flexibilidade de gerir a oportunidade do momento ultrapassando as dificuldades a cada virar de esquina”. E termina, sublinhando que, o turismo, e a hotelaria, “têm profissionais qualificados, dedicados e competentes”.
Por Inês Gromicho, no XIX Congresso da ADHP, no Algarve.






















































