Realizou-se ontem, em Lisboa, o primeiro Commercial Strategy Forum da HSMAI Europe. E Henrique Tiago de Castro, COO da Estoril Living e membro do Conselho Consultivo da HSMAI Europe em Portugal, foi um dos primeiros oradores, debruçando-se sobre a questão de como restaurar o prestígio das profissões hoteleiras e atrair as gerações futuras. E começou da melhor forma, questionando a audiência de hoteleiros e profissionais da indústria, sobre a última vez em que se sentiram orgulhosos em dizer que trabalham no setor da hospitalidade. É verdade que a resposta não foi a que melhor reflete o sentimento de muitos trabalhadores desta indústria e o orador evocou a Era Dourada da Hospitalidade, um tempo em que era um privilégio trabalhar nos grandes hotéis.
Tendo a indústria hoteleira a tradição de ser a melhor no que à excelência do serviço diz respeito, Henrique Tiago de Castro identificou os principais desafios que se colocam hoje neste setor. Desde logo a escassez de pessoal, apontando que atualmente mais de 50% dos hotéis operam com apenas 25% a 74% da sua força de trabalho pré-pandémica. Por outro lado, temos o desafio da elevada rotatividade, devido a crescentes cargas horárias e ao stress que os trabalhadores sentem no seu dia-a-dia. Por fim, deparamo-nos com um mercado de trabalho competitivo, com taxas de desemprego reduzidas
O COO da Estoril Living lembrou ainda que existe uma perceção negativa do trabalho, e este é mais um desafio dos dias de hoje, e que se relaciona, por um lado, com uma má imagem das profissões hoteleiras como sendo mal remuneradas e sem oferecer oportunidades de progressão na carreira, e por outro lado, com condições de trabalho desafiantes, com muitas horas de trabalho, clientes exigentes e ambientes de alta pressão.
Para o futuro, Henrique Tiago de Castro defende que “precisamos de mudar a narrativa se queremos restaurar o prestígio das profissões hoteleiras e atrair gerações futuras”. Ou seja, há que transformar a perceção da indústria hoteleira através de histórias inspiradoras. É também importante encontrar um propósito, isto é, ligar o trabalho hoteleiro a um impacto social e a um significado maior. Por fim, é fundamental, diz o responsável, adaptar os modelos de trabalho às expectativas das novas gerações, oferecendo modelos de trabalho mais flexíveis.
Henrique Tiago de Castro terminou a sua intervenção com três exemplos de iniciativas transformadoras na indústria da hospitalidade. A primeira é da Marriott, que reconhece que os funcionários devem ser tratados como hóspedes valiosos e, por isso, investe no bem-estar e desenvolvimento dos seus trabalhadores, com alguns programas e iniciativas nesse sentido.
Na Accor, surge o conceito de “Locais de trabalho inteligentes”, usando a Inteligência Artificial para otimizar os fluxos de trabalho. O grupo hoteleiro agiliza tarefas, melhorando a eficiência e a experiência do trabalhador.
Por fim, na Hilton, priorizam-se recursos que apoiem a saúde mental e o treino da liderança, com um investimento num ambiente que sustente e melhore a retenção.
Por Inês Gromicho




















































