A Ambitur.pt continua a reconhecer que a inovação é uma prioridade no setor do turismo e, por isso, abordou empresas que o NEST – Centro de Inovação do Turismo, apresentou recentemente, no âmbito da BTL, com o objetivo de dar a conhecer o que estas startups trazem de novo ao setor.
É o caso da Zoomguide, que nasceu em 2021, durante uma viagem que Afonso Cunha, fundador da empresa, fez a Berlim. “Como turista e visitante de museus, deparei-me com uma enorme falta de informação sobre o que estava a ver. O verdadeiro click aconteceu quando me entregaram um audioguia velho e nada prático – nesse momento percebi que era possível fazer muito melhor para melhorar a experiência do visitante, tornando-a mais interativa e acessível”, começa por explicar o próprio.

“Fiz um benchmark detalhado das soluções existentes e conversei com várias pessoas da área, o que confirmou que existia realmente uma oportunidade para criar algo inovador. Começámos a desenvolver a plataforma precisamente quando os setores do turismo e da cultura estavam a repensar-se por causa da pandemia, o que acabou por ser um timing perfeito para a nossa proposta”, diz ainda.
Desta forma, a Zoomguide desenvolve e disponibiliza uma plataforma digital completa que transforma a experiência do património cultural e turístico, ajudando os municípios e espaços culturais a modernizarem a forma como os visitantes interagem com o património, sem precisarem de infraestruturas físicas caras e complicadas.
“A nossa solução tem dois componentes principais: uma aplicação para os visitantes, que funciona sem necessidade de instalação e disponibiliza múltiplas funcionalidades como reconhecimento visual através de inteligência artificial, mapas 2D/3D interativos, realidade aumentada, gamificação, e conteúdos adaptados às necessidades dos diferentes públicos; e um sistema de gestão de conteúdos super intuitivo para as equipas dos municípios e espaços culturais”, descreve Afonso Cunha, acrescentando que com isto “resolvemos três desafios fundamentais: melhoramos a experiência do visitante, garantimos acessibilidade e inclusão real, e aumentamos a eficiência operacional reduzindo custos significativamente”.
Neste momento, a equipa da startup conta com pessoas com competências complementares em áreas como museologia, marketing, e comunicação, criando um grupo multidisciplinar que tem sido essencial para entender e resolver as necessidades tanto das instituições culturais como dos visitantes.
Atualmente, a solução serve mais de 50 mil utilizadores mensalmente, o que se traduz até 470% mais interação comparado com sistemas de QR codes tradicionais e até seis vezes mais utilização do que apps guias convencionais que precisam de ser instaladas, daí um feedback positivo: “Os municípios e espaços culturais valorizam especialmente a facilidade com que podem criar e gerir conteúdos, a redução de custos operacionais e a centralização da gestão numa única plataforma. Os utilizadores finais destacam a simplicidade de uso, o facto de não ser preciso instalar nada, e ficam impressionados com as funcionalidades como o reconhecimento visual a partir da câmara e com as animações interativas, que transformam completamente a forma como interagimos com o património cultural”, comenta Afonso Cunha.
“A Zoomguide é desenhada para ser usada por qualquer pessoa, independentemente da idade, idioma ou capacidades”
Em 2024, a rede foi triplicada e já chega às ilhas portuguesas, e o fundador acredita que ainda este ano a empresa poderá expandir a atividade para outros países europeus.
Já sobre investimentos, os mesmos têm estados concentrados no desenvolvimento da plataforma como um todo, incluindo a aplicação web progressiva e o sistema de gestão de conteúdos, através de funcionalidades como reconhecimento visual sem QR codes, mapas interativos, realidade aumentada, suporte para doze idiomas e todas as ferramentas de acessibilidade que tornam a solução verdadeiramente inclusiva.
No futuro, a Zoomguide prevê investir na sua internacionalizaçãom, na integração de bilhética e outras funcionalidades inovadoras: “o nosso roadmap está repleto de novidades que vão continuar a elevar a experiência dos visitantes e a transformar a forma como os municípios e espaços culturais gerem o seu património”, acredita o responsável.
Para tudo isto, o NEST – Centro de Inovação do Turismo “tem sido um parceiro importante”, pois “tem-nos aberto portas valiosas para o ecossistema do turismo em Portugal”. “Em várias ocasiões, deram-nos acesso como speakers em eventos importantes, o que nos permitiu partilhar a nossa visão e estabelecer-nos como uma referência na digitalização do património cultural e turístico. Também nos proporcionaram espaço expositivo em feiras, um recurso super valioso para uma startup. Além disso, o networking facilitado pelo NEST tem sido crucial para conhecermos pessoas-chave do setor e criarmos novas oportunidades de crescimento”, remata Afonso Cunha.
Por Diana Fonseca



















































