Qualificação
Por Paulo Morais Vaz, diretor Escola de Hotelaria e Turismo do Porto
Ainda estudante ouvi, um dia, de um professor, a seguinte afirmação: “50% do que sabemos hoje, não terá qualquer utilidade daqui a 10 anos, e do que precisaremos de saber então, 50% não foi sequer ainda pensado ou criado!”. Julgo que não temos qualquer tipo de dúvidas quanto à veracidade e atualidade desta constatação.
Hoje, enquanto diretor da Escola de Hotelaria e Turismo do Porto – rede de Escolas do Turismo de Portugal, tenho a clara noção de que o que posso fazer para combater esta afirmação é apenas dotar os meus alunos da melhor Qualificação, para que com ela sejam capazes de integrar, subsistir e evoluir no mundo do Turismo do amanhã!
O rationale é relativamente simples; a Qualificação dos Recursos Humanos é essencial para que o setor possa melhorar os seus níveis de qualidade de serviço, incrementar valor e melhores resultados. Estes potenciarão políticas e práticas salariais mais justas e niveladas que atrairão mais e melhores colaboradores para o setor. No final, a melhor Qualificação implica melhores receitas para as Empresas, melhores salários para as Famílias, e consequentemente a entrada de mais receita cobrada em sede fiscal.
Por outro lado, melhor Qualificação significa trabalhadores mais competentes, capazes, desenvolvidos e motivados, mas também mais exigentes e coerentes, o que levará a uma maior consciencialização das suas responsabilidades enquanto trabalhadores e cidadãos do seu país e do mundo, conscientes que a sua atividade é atualmente um dos mais importantes sustentáculos de muitas economias (a Portuguesa antes de todas!) e com uma ação direta sobre a responsabilidade social, ambiental e de desenvolvimento sustentável. Mais que conceitos vazios ou clichés, são realidades sobre as quais o Turismo, em sentido lato, tem um particular impacto.
Afinal Formação/Qualificação é, tal como afirmou Nelson Mandela, a arma mais poderosa para mudar o mundo!
(Indicado por Miguel Andrade)
*No 29º Aniversário da Ambitur retomámos um desafio já lançado por nós há três anos e, uma vez mais, o setor correspondeu. O “Passa a Palavra” colocou o primeiro repto a Gonçalo Rebelo de Almeida, da Vila Galé; Nuno Mateus, da Solférias; Frederico Costa, das Pousadas de Portugal e Manuel Proença, da Hoti Hotéis. Estes quatro profissionais explicaram quais os desafios que se colocam ao Turismo nos próximos tempos e ficaram também incubidos de nos indicar a quem poderíamos lançar o mesmo repto. Ao longo dos próximos dias iremos publicar aqui os 29 comentários que resultaram deste “Passa a Palavra”, acrescentando também quem foi indicado por cada um dos comentadores.