Esta foi uma das conclusões de Manuel Butler, diretor executivo da Organização Mundial do Turismo (OMT), num debate que teve lugar hoje, promovido pela Sommet Education – Les Roches, para explorar “What’s next in hospitality business opportunities and social responsability?”, e que envolveu o setor da hotelaria e da educação numa partilha sobre novas oportunidades de negócio para fazer face à pandemia. O responsável garantiu que “o turismo do futuro está baseado na educação” e que é fundamental “focar nas pessoas e nos empregadores, que são parceiros neste desafio do setor de atrair e reter talento”.
Manuel Butler também recordou que os jovens de hoje vão ter se reinventar várias vezes ao longo do seu percurso profissional e que, por isso, “a educação é fundamental”. Na verdade, diz, é importante que os profissionais apostem na sua requalificação, pois “é uma chave para criar um setor melhor”.
Algo que Carlos Díez de la Lastra, diretor geral da Les Roches Marbella, também confirma, reconhecendo a responsabilidade das instituições de ensino neste processo. “Temos de estar um passo à frente, ser um exemplo, uma luz que guia os jovens”, sublinha. E aqui chama a atenção para a tecnologia, um dos elementos que deve constituir o foco na educação. “Percebemos a importância da tecnologia”, explica o responsável, clarificando que é sobretudo essencial ensinar os estudantes a saber usar as tecnologias, até porque se trata de um ambiente muito dinâmico, em constante mutação. “Temos que ensinar os estudantes a ser empreendedores e ajudá-los a perceber que tecnologias podem funcionar melhor” nas empresas onde trabalham. E, nesse sentido, as universidades devem “garantir que os estudantes conhecem as últimas tendências e tecnologias”, concorda Carlos Diéz de la Lastra.
Outra questão importante abordada neste debate foi saber que perfis e oportunidades profissionais surgem depois de uma pandemia, e que competências serão essenciais. E, do lado de uma empresa hoteleira, neste caso a Ilunion Hotels, José Ángel Preciados garante que as skills que os profissionais que trabalham nesta cadeia hoteleira devem ter se baseiam nos valores: “na facilidade de negociar, de comunicar, de ser ousado, ambicioso, disciplinado, flexível, ético”, entre outros. E, adianta o profissional, “deve ser um exemplo, saber crescer e manter os seus valores”.
O gestor hoteleiro reconhece que o setor está em mutação e em crescimento, e que o digital está cada vez mais presente. E admite também o aparecimento de novas profissões, algo que as universidades têm que ter consciência. “Estão a ocorrer grandes transformações baseadas na inovação e na busca de excelência”, frisa José Ángel Preciados, que não deixa de acrescentar que “temos que tornar o setor do turismo mais atrativo para outras profissões”.
No caso da hotelaria, o responsável admite que a tecnologia “permite-nos ser mais rápidos e ir mais longe”, e que “chegou para nos transformar”. E adianta que, se anteriormente, era o operador turístico quem detinha o poder, hoje isso se alterou, passando o poder para as mãos do cliente. “Hoje é o cliente que tem o poder e temos que perceber como dar-lhe resposta, temos que o conhecer melhor para podermos preparar uma experiência diferenciada e divertida”.