Para António Trindade, Chairman e ainda CEO do Grupo PortoBay, a escolha de um parceiro para a companhia aérea nacional, TAP, irá determinar que a integração numa ou noutra rede seja particularmente importante ao nível turístico e do entendimento dos empresários portugueses no sentido de uma perspetiva de procura ou de oferta.
Indica o responsável que o Grupo PortoBay olha para a Espanha como um mercado natural de crescimento, mas há um fator que será naturalmente determinante, “e gostaríamos de ter um pouco mais de informação, estamos um pouco ansiosos, entre aspas, é saber o que vai acontecer com a TAP. Eu julgo que uma eventual associação da TAP a um grupo IAE, à Iberia, determinará naturalmente novas apetências dos grupos portugueses a deputarem Espanha”. O responsável explica que é necessário que se atente à problemática das acessibilidades, porque quando se está a falar de oferta turística esta é sempre de uma base territorial e regional. “O PortoBay Algarve é diferente do PortoBay Madeira, o PortoBay Lisboa é diferente, a experiência que tem de apresentar como oferta é muito ligada ao território, tem que haver uma integração; e é por isso que esta perceção das marcas nacionais tem essa grande vantagem. Porque não é só o nível nacional, é o perceber a região”. Isto significa que uma cadeia hoteleira nacional não pode ter comportamentos de oferta idênticas de região para região e o perceber território é um ponto fundamental no ganho da diferenciação de oferta.
“Só que, historicamente Portugal é um país que sempre teve uma cultura tremendamente unitária com duas regiões insulares, mas que são pequenininhas. A Espanha sempre percebeu o fenómeno regional. E isto repercute-se e projeta-se em muito mais coisas do que estamos a supor, nomeadamente nos transportes. A política de transporte aéreo, por exemplo, de Espanha, entre regiões, é completamente diferente do que a nacional. Não se voa do Porto, ou, por outro lado, foi preciso a Ryanair aparecer para haver um voo do Porto de Faro, mas o desenvolvimento das regiões não se faz com um potencial canalizador”, acrescenta António Trindade. Sendo assim realça o responsável que a opção de integração numa ou noutra rede é particularmente importante no sentido de perceber se o transporte aéreo é considerado numa perspetiva de procura ou de oferta: “eu, quando digo, vou colocar a TAP junto a Lufthansa, eu estou a passar a mentalidade de elemento da oferta para elemento da procura. Eu vou depender dos países que são procura em relação a Portugal”.
Indica então o CEO do PortoBay que “quando estou a falar de uma integração numa Iberia, ou, por outro lado, numa ligação com a Lufthansa, a minha filosofia liga-se ao território para a afirmação junto das origens. E esta é muito diferente num caso e em outro”. Acrescenta o responsável que no caso de uma junção com a Iberia, “julgo que o investimento de grupos portugueses em Espanha, far-se-á diferentemente”.
Na lógica do desenvolvimento do produto turístico, analisa ainda António Trindade que a nossa esperança de vida está a aumentar, assim como a comunicação, de uma forma exponencial. Isto quer dizer que o ciclo de inovação é cada vez mais curto, numa esperança de vida cada vez mais longa. Por outro lado, que a informação que é partilhada e comunicada é cada vez maior. Quer em termos de procura, quer em termos de oferta, tornando os ciclos de inovação cada vez mais curtos. Sendo assim, isto obriga as empresas a ter responsabilidades perante as requalificações de experiências e atingir novos segmentos que são fundamentais para criar uma outra qualificação de oferta. Neste contexto as acessibilidades permitem “uma maior aproximação a mercados, numa lógica geográfica. Uma coisa é estar ligado a uma aproximação ibérica ou a outros destinos ou outras origens”.
Por Pedro Chenrim, no Algarve






















































