Com a negociação da reforma dos direitos dos passageiros por parte das instituições da União Europeia (UE 261) esta semana, há novos dados que sublinham a consciência dos passageiros dos riscos de preços mais elevados e maiores atrasos, na medida em que as companhias aéreas se deparam com mais custos e encargos regulamentares. Um inquérito da YouGov, feito a pedido da Airlines for Europe (A4E), reflete as perspetivas de mais de seis mil consumidores em cinco estados membros da UE. Os dados confirmam aquilo que as companhias aéreas já sabem: a posição do Parlamento Europeu não representa aquilo que muitos consumidores europeus querem.
“Não existem «almoços grátis» na reforma UE261”, afirma Ourania Georgoutsakou, managing director da A4E. E acrescenta: “Passageiros diferentes precisam de coisas diferentes, e somente eles devem decidir por que serviços querem pagar – e não os reguladores. A lei reformada deve alcançar um equilíbrio justo entre a proteção dos passageiros, o modo como a aviação opera na prática e manter os voos acessíveis”.
O inquérito da YouGov confirma que a principal prioridade dos passageiros (48%) é chegarem ao seu destino o mais rápido possível, Contudo, os limites arbitrários de três horas para compensação por atrasos deixam as companhias aéreas com pouco tempo para adiantar aviões ou tripulação de backup. Alargar essa janela pode diminuir os atrasos até 40%, permitindo que as transportadoras tenham tempo suficiente para trazer aparelhos e equipas de substituição, comparado com as esperas por reparações demoradas. 75% dos passageiros que voaram nos últimos 12 meses defendem manter os atuais níveis de compensação, priorizando preços mais baixos sobre compensações financeiras mais elevadas.
Segundo a A4E, o Parlamento Europeu propôs que os passageiros pudessem ter uma segunda bagagem de mão, sem qualquer custo adicional. Contudo, quase metade (47%) dos passageiros que voaram nos últimos 12 meses prefeririam pagar uma tarifa básica reduzida, que incluísse uma única bagagem de mão pequena, com um custo adicional para bagagem de mão maior.
Além disso, de todos os passageiros que viajaram nos últimos 12 meses, 28% fizeram-nos com apenas uma bagagem de mão pequena que coube debaixo do assento que está à sua frente. de acordo com a atual proposta do Parlamento, estes passageiros seriam obrigados a pagar tarifas mais altas para compensar a bagagem extra “grátis” para todos os passageiros.
Os consumidores europeus inquiridos também se mostram preocupados com o facto de a proposta de bagagem de cabine conduzir a maiores atrasos. Se todos os passageiros levassem duas malas, cerca de 100 precisariam de ser deixadas no portão de embarque antes da partida, já que um avião standard tem cerca de 190 lugares, com apenas 90 espaços para malas grandes na parte superior. Quando inquiridos, somente 20% dos passageiros que voam estão dispostos a correr o risco de esperar mais tempo para depositar o excesso de bagagem de cabine se uma mala extra de cabine for incluída na sua tarifa básica.




















































