O turismo foi um dos setores mais afetados pela pandemia provocada pela Covid-19. Durante os meses de março e abril, mais de metade das empresas turísticas viram as suas receitas a zero. As linhas de crédito e os programas de lay-off são algumas medidas propostas pelo Governo para minimizar os impactos nefastos da crise, possibilitando a continuidade dos negócios das empresas.
De forma a auscultar as entidades regionais sobre a temática das Linhas de Crédito e das necessidades do setor do turismo, a Ambitur.pt conversou com o presidente da Entidade Regional do Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, António Ceia da Silva, que aplaude as medidas do Governo. “Trata-se de um conjunto de valores consideráveis colocados à disposição do setor”, diz o dirigente, salientando que o lay-off também faz parte do pacote das medidas e que significa um “grande investimento” por parte do Governo. Nestas matérias de crédito, o responsável afirma: “Do conhecimento que temos, tem havido uma grande capacidade de análise e de resposta imediata, no sentido de financiar as empresas que recorrem aos créditos”. Em estreita colaboração com o Turismo de Portugal e com a secretaria de Estado do Turismo, Ceia da Silva afirma que é fundamental que a “informação chegue aos microempresários, que são fundamentais nesta área, e a que muitos não têm acesso”, afirma o dirigente, realçando que, neste segmento, as redes sociais” têm desempenhado este papel de forma recorrente.
Relativamente às garantias, o presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo é sucinto: “Isto são momentos não expectáveis de uma calamidade pública e internacional. Haverá certamente empresas com dificuldades”, afirma, destacando que, na maioria, “não estão a fazer dinheiro”. Além disso, “algumas têm dívidas à segurança social e às finanças”, refere, acreditando que “nem todas conseguem obter acesso às linhas de financiamento”. Mas Ceia da Silva reforça o apoio do Governo: “Todas as pessoas têm noção de que se trata de um investimento que se traduz num aumento do défice muito significativo e são muitos milhões de euros colocados à predisposição do setor”.
Enquanto “não houver vacina, só há pontos de interrogação”
Já sobre os perigos que o endividamento pode apresentar nas empresas, o dirigente afirma que o “momento é de grande incerteza. Não sabemos como é que o mercado vai retomar”. O facto de o turismo ser um setor de muita “convivência” e de “interação” obriga a muitos cuidados ligados à segurança sanitária, algo em que a ERT do Alentejo e Ribatejo já está a trabalhar: “Estamos a preparar medidas em relação à perceção dos turistas. Para Ceia da Silva, esta será uma “questão central” e, para os turistas, será uma preocupação aquando da procura de um destino. O contexto atual não permite saber o dia de amanhã e, enquanto “não houver vacina, só há pontos de interrogação”. Cabe à entidade “arregaçar as mangas e trabalhar” nas áreas que merecem, no momento atual, a devida atenção: “Estamos a fazê-lo com a Universidade Nova e a Nova Medical School”, no sentido de “preparar as nossas unidades de alojamento para essa perceção de segurança sanitária”.
Para já, o presidente da ERT diz que a prioridade é “salvar pessoas” e, nesse aspeto, a preocupação é a de “sermos solidários”, reforçando que o momento é de apoiar todas empresas e empresários. Mas haverá um outro momento dedicado à “promoção interna”, algo em que a entidade já está a trabalhar. O objetivo é “conseguir que os portugueses passem férias em Portugal e, se possível, no Alentejo e Ribatejo”, remata.






















































