A Michael Page acaba de lançar o estudo anual sobre as principais tendências do mercado português de trabalho para 2026 focado nos quadros médios e superiores de grandes empresas. A empresa refere que, num panorama global caracterizado pela incerteza geopolítica, volatilidade económica e aceleração tecnológica, o mercado de trabalho nacional mantém-se exigente e competitivo, com a procura por talento qualificado a superar a oferta em diversos setores estratégicos.
A resiliência da economia portuguesa permanece colocada à prova, impactado por alterações regulatórias, reforma da lei laboral e inteligência artificial. O estudo aponta que, para 2026, a transformação na cultura de trabalho seja impulsionada por fatores como evolução regulatória, maior transparência salarial e o crescente papel da IA. Estes elementos tendem a redefinir práticas de trabalho, gestão de equipas e planeamento estratégico das organizações, prevendo-se que continuarão a marcar o futuro, trazendo novos desafios.
“Num contexto laboral marcado pela instabilidade a vários níveis, os profissionais assumem um papel cada vez mais ativo na definição do seu percurso, valorizando não apenas a componente salarial, mas também flexibilidade, oportunidades de desenvolvimento, cultura organizacional sólida e propósito nas funções que desempenham. Do lado das empresas, a atração e retenção de talento afirmam-se como desafios centrais, exigindo políticas de gestão de pessoas mais inovadoras, transparentes e alinhadas com as novas expetativas do mercado”, refere Álvaro Fernández, diretor-geral da Michael Page.
Observa-se, assim, que o mercado procura equilibrar mobilidade de carreira, ganhos competitivos e condições que promovam a satisfação e o alinhamento de valores entre colaboradores e organizações.
O estudo de 2026 da Michael Page antecipa ainda contextos em que o uso estratégico de dados, desenvolvimento de competências digitais e gestão de talento em ambientes cada vez mais globais e colaborativos são tendências.
A consultora analisa assim as principais conclusões e perspetivas salariais para 2026 nos quadros médios e superiores das grandes empresas no setor do turismo. E revela que o setor da hotelaria em Portugal mantém-se como um dos principais motores da economia, impulsionado não apenas pela expansão de unidades, mas também pela diferenciação da oferta e pela sofisticação crescente das estruturas.
A experiência do cliente continua a ser o eixo central das estratégias, especialmente no segmento de F&B, onde a criação de novos conceitos visa atrair hóspedes e público externo, maximizando as receitas e rentabilizando os espaços.
A área operacional permanece no centro do recrutamento, exigindo investimento contínuo em formação interna, valorização salarial e planos de progressão, garantindo retenção de talento e excelência na execução. Paralelamente, funções estratégicas como IT, Marketing e Expansão assumem relevância crescente, refletindo a profissionalização do setor e a complexidade das operações.
A transformação digital e a adoção de ferramentas de análise de dados reforçam a necessidade de perfis com competências analíticas, visão estratégica e capacidade de interpretação de indicadores operacionais e financeiros, essenciais para otimizar recursos, maximizar resultados e apoiar a tomada de decisão informada. Funções de suporte e direção intermédia beneficiam igualmente desta abordagem, tornando-se cruciais para a eficiência organizacional.
Os candidatos valorizam modelos de trabalho flexíveis, perspetivas de progressão e cultura organizacional, enquanto as organizações que melhor combinam gestão baseada em dados, inovação na experiência do cliente e excelência operacional destacam-se na atração e retenção de profissionais qualificados.
O setor atravessa uma fase de transformação estratégica e competitiva, em que a sustentabilidade e o crescimento futuro dependem da capacidade de integrar tecnologia, análise de dados e práticas de gestão eficientes, garantindo, simultaneamente, experiências memoráveis para os clientes e resultados sólidos para as organizações.
Num setor em que 38% considera o salário/incentivos como o fator mais relevante da decisão de aceitar um novo desafio, a nível de remuneração, um Diretor Geral de Operações pode auferir até 95 mil euros na zona do Porto e um Diretor de Hotel até 105 mil euros, na zona de Lisboa. Um Chef pode auferir até 98 mil euros.




















































