Estima-se que, em 2024, o número de chegadas de turistas não residentes a Portugal tenha atingido 29 milhões, correspondendo a um acréscimo de 9,3% face a 2023. O mercado espanhol manteve-se como principal mercado emissor de turistas internacionais (quota de 24,7%), tendo crescido 7,5% face ao ano anterior. Já o mercado do Reino Unido (12% do total) manteve-se como o segundo principal mercado emissor, aumentando 4,5%, enquanto o número de turistas franceses (11,6% do total) cresceu 2,3%.
Para além dos agrupamentos ‘Outros da Europa’ e ‘Outros do Mundo’ (+19,8% e +17,0%, respetivamente), os maiores crescimentos foram registados pelos mercados norte-americano (+16,9%) e dos Países Baixos (+15%).
Considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), a 31 de julho de 2024, estavam em atividade e com movimento de hóspedes 8.506 estabelecimentos, correspondendo a um aumento de 6,1% face a 2023. A generalidade dos meios de alojamento turístico registou aumentos de 4,8% no número de hóspedes e de 3,8% nas dormidas, totalizando 34 e 88,3 milhões, respetivamente.
Todas as regiões registaram crescimento no número de dormidas em 2024, destacando-se as taxas de variação da RA Açores (+10%), do Norte (+5,9%) e do Oeste e Vale do Tejo (+5%). No Algarve e no Alentejo observaram-se os crescimentos mais modestos (+1,5% e +2,6%, respetivamente).
O mercado interno gerou 32,3% das dormidas em 2024, 28,6 milhões, mais 1,7% do que no ano anterior, e os mercados externos deram origem a 59,8 milhões de dormidas, refletindo um crescimento anual de 4,8%.
O Reino Unido manteve-se como principal mercado emissor em 2024 (17,7% do total de dormidas de não residentes) e cresceu 2,9% em termos de dormidas, seguido do mercado alemão (11,8% do total), que aumentou 4,5%. Espanha manteve-se como 3.º mercado emissor (10,0% do total), embora com um decréscimo de 0,8%.
Para além dos 3 principais mercados, destacaram-se, pelos crescimentos expressivos, a Polónia (+19,4%), o Canadá (+17,1%) e os Estados Unidos (+12,3%), tendo este último ultrapassado a França (8,6% do total) e assumindo-se como 4.º mercado emissor em 2024 (8,7% do total).
Dependência dos três principais mercados externos voltou a decrescer
As dormidas de não residentes representaram 67,7% das dormidas na generalidade dos meios de alojamento em 2024, tendo este sido o ano, desde 2013, em que se observou uma maior dependência dos mercados internacionais, apenas superado pelo ano de 2017, em que estes mercados totalizaram 67,8% do total. Face a 2023, assistiu-se a um aumento de 0,7 p.p. na dependência de mercados externos, em termos de dormidas.
Considerando o período compreendido entre 2013 e 2024, a dependência do principal mercado externo registou o terceiro valor mais baixo em 2024 (17,7%), apenas superado pelos anos de 2021 e de 2020 (em que o principal mercado representou 16,2% e 16,6% das dormidas de não residentes), anos fortemente influenciados pela pandemia de COVID-19. Face a 2013, registou-se um decréscimo de 5,2 p.p. do peso do principal mercado no total das dormidas de não residentes.
Analisando o conjunto dos três principais mercados externos, em 2024, estes representaram 39,4% do total das dormidas de não residentes na generalidade dos meios de alojamento, o valor mais baixo desde 2013. Desde 2016, com exceção dos anos de 2020 e 2021, que foram mais influenciados pela crise gerada pela pandemia de COVID-19, o peso dos três principais mercados tem vindo a diminuir. Face a 2023, a dependência do conjunto dos três principais mercados externos diminuiu 0,9 p.p., recuando 8,4 p.p. face a 2013.
Em 2024, a Grande Lisboa foi a região NUTS II onde se registou uma menor dependência, quer do principal mercado externo (15,9%) quer do conjunto dos 3 principais mercados externos (32,7%). Enquanto regiões com menor dependência do principal mercado externo, seguiram-se o Alentejo (16,0%) e a RA Açores (17,1%), enquanto a Península de Setúbal foi a segunda região com menor peso do conjunto dos três principais mercados externos (40,3%).
Em sentido contrário, o Algarve foi a região mais dependente do principal mercado externo, que representou 35,1% das dormidas de não residentes registadas na região. Seguiram-se o Centro (24,5%) e a RA Madeira (24,1%). O Algarve foi também a região mais dependente do conjunto dos 3 principais mercados externos (57,4%), seguida da RA Madeira (56,0%).
Taxa de sazonalidade atingiu valor mais baixo desde 2013
A taxa de sazonalidade diminuiu para 36,6% e atingiu o valor mais baixo desde 2013. Este indicador foi mais elevado nos residentes (40,9%) do que nos não residentes (34,5%), embora diminuindo em ambos.
O Alentejo manteve-se como a região com maior taxa de sazonalidade (43,6%, após 44,5% em 2023), seguido pela Península de Setúbal (42,2%, após 42,5%), enquanto na RA Madeira (29,5%; 30,2% em 2023) e na Grande Lisboa (30%, após 29,9% em 2023) se registaram os valores mais baixos deste indicador.
Considerando as dormidas de residentes, o Algarve foi a única região a apresentar uma taxa de sazonalidade superior a 50% (56,1%). Na Grande Lisboa e na RA Açores, este indicador atingiu 27,6% e 30,7%. Relativamente às dormidas de não residentes, as maiores taxas de sazonalidade observaram-se na RA Açores (48,7%) e no Centro (41,8%). Em sentido contrário, a RA Madeira (29,2%) e a Grande Lisboa (30,7%) registaram os valores mais baixos deste indicador.
Dormidas cresceram em todos os meios de alojamento
Em 2024, os estabelecimentos de alojamento turístico (hotelaria, alojamento local e turismo no espaço rural/habitação) registaram 31,6 milhões de hóspedes, que proporcionaram 80,4 milhões de dormidas (+5,2% e +4,1%, respetivamente).
Os parques de campismo receberam 2,1 milhões de campistas, o mesmo valor de 2023, que deram origem a 7,2 milhões de dormidas (+0,2% face ao ano anterior).
Em 2024, as colónias de férias e pousadas de juventude receberam 341 mil hóspedes (-1,9%), que proporcionaram 793,7 mil dormidas (+1,6%).
Viagens turísticas de residentes com destino ao estrangeiro registaram máximo histórico em 2024
Em 2024, 48,7% da população residente em Portugal efetuou pelo menos uma viagem turística (resultados do Inquérito às Deslocações dos Residentes), o que representou um decréscimo de 3 p.p. face a 2023 (menos 138,6 mil turistas), correspondendo a 5,2 milhões de indivíduos.
As deslocações turísticas dos residentes atingiram os 22,9 milhões, significando um decréscimo de 3,2% face a 2023. As viagens em território nacional diminuíram 4,7%, atingindo 19,5 milhões (85,0% do total, 86,4% em 2023). As deslocações para o estrangeiro continuaram a ganhar expressão: 15% (+ 1,3 p.p. acima de 2023 e +3,2 p.p. face a 2022), totalizando 3,4 milhões de viagens em 2024, refletindo um acréscimo de 6,2% face a 2023.
As viagens turísticas dos residentes geraram mais de 93,1 milhões de dormidas (-3,5% face a 2023), tendo a maioria ocorrido em Portugal (74,8% do total, 77,1% em 2023). As dormidas em Portugal registaram um decréscimo de 6,5%, enquanto as ocorridas no estrangeiro aumentaram 6,4%.
O “alojamento fornecido gratuitamente por familiares ou amigos” manteve-se como o meio de alojamento mais utilizado nas dormidas dos residentes em 2024, concentrando 37,2 milhões de dormidas (39,9% do total, -1,1 p.p. do que no ano anterior). Nas deslocações nacionais, esta modalidade de alojamento prevaleceu (44,6% das dormidas, -0,4 p.p. do que em 2023).
Nas viagens para o estrangeiro, os “estabelecimentos hoteleiros e similares” foram a preferência dos residentes (53% das dormidas, -0,2 p.p. do que em 2023).
Em 2024, a despesa média por turista em cada viagem teve um acréscimo de 14,1% face ao valor de 2023, fixando-se em 276,6 euros. Nas deslocações domésticas, os residentes gastaram, em média, 176,7 euros por turista/viagem, +7,5% que em 2023. Nas deslocações para o estrangeiro, o gasto médio por turista/viagem cresceu 14,6% em 2024, tendo atingido 843,8 euros.






















































