O presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, considera “fundamental” a concretização de um novo aeroporto no Montijo e disse esperar que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) relativo ao projeto “seja favorável”, lê-se no site da Agência Lusa
“Estamos a aguardar o EIA. Eu, sinceramente, espero, enquanto presidente do Conselho de Administração da TAP, que seja positivo, que seja favorável, e acho que é fundamental que este projeto avance”, defendeu, na 3.ª cimeira aeronáutica Portugal Air Summit, que arrancou esta quinta-feira em Ponte de Sor, Portalegre.
Quase no final do debate “Powering human capital – contributo das organizações no desenvolvimento económico do país”, os diversos oradores foram questionados pela moderadora sobre a construção de um novo aeroporto no Montijo, no distrito de Setúbal, tendo Miguel Frasquilho aludido ao projeto como “o terminal 3 do aeroporto de Lisboa”. Desvalorizando as críticas em torno do novo aeroporto, o presidente da administração da TAP sublinhou que “temos o 1 e o 2 (terminais) em Lisboa e, na outra margem” do rio Tejo “o terminal 3”.
Segundo Miguel Frasquilho, “há 50 anos” que se discute a construção de um novo aeroporto para Lisboa, sem consenso quanto à localização: “Se for o local ‘A’ vão aparecer não sei quantos defensores do local ‘B’, se for o local ‘B’ vão aparecer não sei quantos defensores do local ‘C’. Tome-se uma decisão”, reclamou, explicando que, para a TAP, “como companhia aérea de bandeira de Portugal e que faz muito tráfego de ligação”, o seu ‘hub’ é o Aeroporto Humberto Delgado (anterior Portela).
Mas, “é evidente que o Montijo é muito importante, com todas as obras e melhoramentos que envolverão todos os ‘stakeholders’ do setor aéreo e, portanto, também a TAP”, disse. O Montijo, que se prevê que “entre em funcionamento dentro de três ou quatro anos, vai ser fundamental”, porque “poderão existir companhias aéreas” que o utilizem “como base”, frisou. Com isto, será possível “libertar espaço na Portela, que irá obviamente ganhar em termos de eficiência e em termos de capacidade, com os trabalhos que estão projetados”, afiançou, considerando, contudo, que tal também terá um prazo limite. “Isso esgotar-se-á no tempo, portanto, é preciso uma outra infraestrutura alternativa”, alertou, insistindo que, quanto ao Montijo, o projeto “está decidido” e que, “agora é pôr mãos à obra” e fazer as obras “nos prazos que estão projetados”.
A 3.ª cimeira aeronáutica Portugal Air Summit é uma organização conjunta entre a Câmara de Ponte de Sor e a empresa The Race, decorrendo até domingo, no aeródromo do concelho.