“O NDC não é obrigatório, não é algo novo, já existe há algum tempo, mas queremos ajudar-vos como Grupo Lufthansa na transição para o próximo nível no que diz respeito à forma como vendem bilhetes”. Patrick Hedley, general manager sales of Portugal do Luthansa Group, participou na mesa-redonda promovida no âmbito da Convenção da Airmet (da qual a Ambitur fez parte, como moderador), este fim-de-semana, na Figueira da Foz. O mote foi “Os novos desafios da distribuição turística” e o responsável abordou algumas das questões que têm agitado o setor da distribuição das agências de viagens pela Europa e especificamente em Portugal.
Patrick Hedley considera que na indústria do turismo enfrentamos todos os dias desafios, quer seja a concorrência, regulamentação ou o tema da distribuição, que nos últimos 24 meses tem estado em cima da mesa. O responsável fez então questão de esclarecer sobre a terminologia do NDC: “não é um sistema, não é um produto, não é um software, é uma norma que usa a tecnologia moderna para a comunicação entre as companhias aéreas e os agentes de viagens (a tecnologia moderna – XML – Extensible Markup Language)”. Sendo assim, para Patrick Hedley, aquilo a que estamos habituados hoje é a usar os clássicos GDS’s. Mas “o Grupo Lufthansa há dois anos decidiu ir na direção da liberdade de conteúdos, ou seja, queríamos e ainda estamos a trabalhar nisso, fazer um pacote da nossa oferta de voo, a nossa oferta de ancillaries, tudo junto, e passar isso aos agentes de viagens para estes venderem”. Sendo assim, “os desafios que enfrentamos, tanto a minha equipa aqui em Portugal como os meus colegas a nível mundial, é que o setor das vendas está a mudar. Porquê? Porque o mundo à nossa volta está a mudar também. A tecnologia está a avançar tão depressa que não espera por ninguém”. Neste contexto, a Lufthansa “quando terminou o contrato com os GDS, começou a promover os seus canais diretos”, indicou o responsável.
De seguida, o responsável explicou o seu papel no mercado português ao nível de acompanhamento da relação entre a Lufthansa e os agentes de viagens. “Em 2017, quando cheguei aqui (a Portugal), depois de dois anos a trabalhar na Lufthansa.com, perguntei-me como estaria a situação em Portugal no que dizia respeito a canais diretos porque ouvira muitas histórias sobre como era difícil a relação com os agentes de viagens”. Indica o responsável que “a primeira coisa que quis fazer foi meter mãos ao trabalho de imediato para compreender o que pensam e sabem sobre este tema. Foi um período de 12 meses, envolvemo-nos em discussões e descobrimos que muitas pessoas sabiam muito acerca deste tema e isso era ótimo” Continuando, “fizemos um workshop no início deste ano onde convidámos as agências de viagens com as quais tínhamos debatido. E isto ao mesmo tempo em que os GDS anunciaram, no final do ano passado, que iriam abrir portas aos NDC – os três principais GDS – e que iriam estar certificados com a certificação máxima da IATA”.
Patrick Hedley recorda também que “a IATA disse recentemente que para o NDC ter sucesso também seria necessário ter os GDS do seu lado”.
Terminado, indica o responsável que “há que esclarecer algo. O NDC não é obrigatório, não é algo novo, já existe há algum tempo, mas queremos ajudar-vos como Grupo Lufthansa na transição para o próximo nível no que diz respeito à forma como vendem bilhetes”.
*Este é o primeiro artigo que Ambitur irá publicar ao longo desta semana sobre a Mesa Redonda “Os novos desafios da distribuição turística” que juntou Francisco Teixeira –Country Manager at Royal Caribbean; Fernando Bandrés – Soltrópico TO General Manager; Miguel Quintas – CEO at Consolidador.com; Gavin Eccles – CCO at SATA; e Patrick Hedley – Country Manager at Lufthansa Group. A Ambitur juntou-se a este painel como moderador e a este lote de convidados.