A actahotels acaba de estrear-se em Lisboa, seis anos depois de ter entrado no mercado português, através do Porto. A Ambitur esteve à conversa com José María Camí, presidente da cadeia hoteleira fundada em 2008, em Barcelona, que garante que Portugal é um mercado chave para o grupo, que estará já a negociar a gestão de um terceiro hotel. A meta é crescer na Península Ibérica com novos hotéis urbanos em destinos de topo.
Porquê só agora um hotel em Lisboa?
Lisboa estava há muito tempo no nosso radar estratégico de expansão. Queríamos entrar neste novo destino no momento certo, com um projeto que estivesse realmente alinhado com a nossa filosofia de marca. Após estudarmos o mercado e encontrarmos o imóvel ideal – num edifício moderno inicialmente destinado a escritórios no Areeiro – vimos que era o momento oportuno para dar este passo.
Como se enquadra esta abertura no plano global de expansão do grupo?
Esta abertura é chave dentro da nossa estratégia de expansão na Península Ibérica. A actahotels cresceu de forma sólida em Espanha, com um portfolio amplo em destinos como Madrid, Barcelona e, em breve, Valência, contando também com presença em Andorra. Portugal representa um mercado natural para continuar este crescimento.
Lisboa é um destino estratégico que se soma à sólida presença do grupo no Porto e reforça a nossa aposta em Portugal como mercado chave. Com esta abertura, consolidamo-nos como operador hoteleiro de referência dentro do modelo de asset light management em terras lusas, oferecendo um modelo de gestão hoteleira flexível e especializado no segmento urbano, sem esquecer o grande aporte de valor à marca que passa a contar com um novo destino de topo no seu portfolio.
Que expectativas têm para este mercado em Portugal, face a concorrência e às particularidades do turismo local?
Temos boas expectativas. Sabemos que Portugal consolidou a sua posição como um dos destinos turísticos mais relevantes da Europa. A concorrência é forte mas também a procura. Acreditamos que podemos oferecer uma proposta diferenciadora, centrada na experiencia do cliente, no design e na autenticidade.
Pode descrever-nos o conceito do hotel?
A designer de interiores Marta Cusi ficou responsável pelo projeto de remodelação do hotel,, concebido para se converter num edificio icónico e numa nova referencia de hospitalidade da capital portuguesa. O projeto aposta num design contemporáneo e intemporal, que combina a madeira como material principal, utilizando uma paleta cromática inspirada em elementos identitários de Lisboa: o azul dos azulejos, o amárelo dos elétricos e o terracota da Ponte 25 de Abril.
Além disso, o Acta Moa Lisboa dispõe de um vasto leque de espaços, pensados para cobrir as necessidades quer do cliente leisure quer do corporate, contando entre outros com um auditório com capacidade para mais de 100 pessoas, espaços de coworking, restaurante, rooftop com piscina exterior e uma zona de fitness. Cada um dos espaços transmite calor, versatilidade, bem-estar e conforto, através de ambientes luminosos e acolhedores que convidam tanto ao descanso como à interação social. A soma de todos estes elementos faz com que se crie um ambiente muito agradável e genuíno desenhado para conseguir que o Acta Moa seja um novo ponto de encontro para visitantes e locais.
Outro elemento diferenciador é a atenção ao detalhe, oferecendo um serviço próximo e profissional, muito em linha com a nossa identidade de marca.
Que inovações ou tendências esperam integrar em futuros hotéis?
Estamos comprometidos com a sustentabilidade e a digitalização. Apostamos em edifícios energeticamente eficientes, uma gestão inteligente de recursos e a aplicação de tecnologia que facilite e melhore a experiencia do hóspede sem substituir o contacto humano. O wellness é outro pilar que estamos a integrar, não apenas com instalações mas também com um foco integral no bem-estar.
Quais são as expectativas para os primeiros anos de operação?
O nosso objetivo é alcançar um nível de ocupação competitivo já a partir do primeiro ano, com uma forte aposta na excelência do serviço. Guiamo-nos por indicadores de satisfação e reputação online, e o nosso compromisso é claro: cada hóspede deve sentir-se querido e bem recebido.
Qual será o impacto deste hotel para a actahotels em termos de visibilidade e operações em Portugal?
É uma abertura muito significativa, já que não apenas se trata do nosso primeiro hotel na capital do país – um objetivo estratégico marcado há muito tempo – como também é o segundo hotel com o maior número de quartos no atual portfolio da actahotels. Com a entrada em operação do Acta Moa Lisboa, além de aumentarmos a nossa visibilidade internacional, marcamos o início de uma etapa de consolidação em Portugal. Queremos que este hotel seja uma referência que representa perfeitamente aquilo que somos como grupo.
Que metas têm para 2026, ou além, em Portugal e internacionalmente?
Valorizamos a incorporação no grupo de outro hotel em Portugal em 2026. A nível internacional, estamos a avaliar oportunidades noutros mercados europeus – em especial o francês e o italiano – embora com um foco de prudência. A nossa estratégia é continuarmos a crescer na Península Ibérica com novos hotéis urbanos em destinos de topo.
Portugal é visto pela actahotels como um mercado de alto retorno? Que fatores pesaram nesta avaliação?
Sim, sem dúvida. Portugal tem uma procura turística robusta, boa conectividade e um ecossistema favorável para os operadores hoteleiros. Além disso, o perfil do viajante que visita o Porto e Lisboa encaixa muito bem com a nossa proposta de valor.
Como avalia o ambiente de investimento em Portugal, em particular no setor do turismo e hotelaria?
Portugal oferece um ambiente estável, com boas oportunidades de investimento, embora também com desafios. Os custos de entrada em algumas localizações aumentaram visivelmente nos últimos anos, mas acreditamos que a qualidade do destino e o retorno a médio prazo podem compensar esse esforço adicional.
Que desafios encontraram ao nível de burocracia, fiscalidade ou regulação em Lisboa?
Abrir um hotel num novo destino representa sempre um desafio, mas em geral temos trabalhado bem com as equipas locais e valorizamos o compromisso das autoridades com o desenvolvimento turístico sustentável da cidade.
Já estão a estudar outras cidades ou projetos em Portugal?
Efetivamente, em Portugal estamos a negociar assumir a gestão de outro hotel. Neste momento, estamos a centrar-nos em detetar oportunidades nas duas principais cidades do país, nas quais já estamos presentes: Porto e Lisboa. O nosso foco é seletivo, procuramos localizações que tragam valor ao portfolio e projetos que mantenham os padres de qualidade da actahotels.
Por Inês Gromicho






















































