A Ambitur esteve à conversa com Maria Helena de Senna Fernandes, Diretora dos Serviços de Turismo de Macau, que esteve presente na BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa), no stand da APAVT (Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo).
Qual é o peso do mercado português no turismo de Macau?
O mercado português não é um mercado com grandes números. Mesmo antes da pandemia, em 2019, tivemos quase 16 mil visitantes de Portugal. No ano passado, foi o primeiro ano em que voltamos a receber turistas internacionais, depois da pandemia, e tivemos seis mil visitantes portugueses. Para nós é muito importante recomeçar com turistas que vêm de longo curso. A maioria dos nossos mercados continuam a ser os asiáticos. Mas Portugal tem connosco um laço histórico de 500 anos. Para além deste laço histórico, temos também um bom parceiro – a APAVT – com quem conversámos como pode ser a nossa colaboração, tanto que Macau será o destino da sua convenção em 2025. Além disso, ajuda na nossa participação na BTL e na FITUR, em Espanha. E os nossos olhos não estão só em Portugal. Queremos começar a trabalhar com Espanha, com a ajuda da APAVT, mas também com outros países da Europa.
Em geral, Macau recebeu quantos turistas em 2023?
Recebemos cerca de 28 milhões de turistas em 2023. Mas ainda faltam alguns para atingir os valores de 2019, quando recebemos 39,4 milhões. Para este ano, acreditamos que poderemos atingir os 33 milhões de visitantes. Em relação ao mercado português, também esperamos superar os seis mil registados no ano passado.
A localização de Portugal pode ser uma abertura para outros mercados internacionais chegarem a Macau?
Sim. Através de Portugal, poderão chegar outros países dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e até o Brasil. Macau tem igualmente uma ligação entre a China e os países de língua portuguesa, apesar de agora esta vertente estar mais virada para o trade e negócio. Isto será ainda trabalhado.
O que os turistas portugueses procuram em Macau?
Os turistas querem ver as atrações turísticas, essencialmente a parte histórica do país, mas também querem fazer compras e provar a comida local. Para o mercado português, acrescenta-se o motivo de visitar familiares e amigos, e ainda ser um ponto de passagem para chegar à China.
O que pode avançar sobre o programa de e-learning lançado pelo Turismo de Macau e pela APAVT, aqui na BTL?
É um tipo de educação e familiarização para os agentes de viagem portugueses. O objetivo é ficarem especialistas e até embaixadores de Macau, de forma a que promovam o destino no país. Esta paragem de quatro anos, sem Macau aqui [na BTL], não foi boa. Muitas pessoas podem ter esquecido Macau ou já não têm o conhecimento em dia sobre a oferta turística. Da nossa parte, é preciso avançar com mais informações junto dos agentes de viagem.
O que tem este destino para oferecer?
Temos vários reconhecimentos da UNESCO, desde a história à gastronomia, e esses são os nossos trunfos. Mas também temos dos melhores hotéis do mundo e muitos espetáculos. E todos os anos estamos a introduzir novas animações em Macau, como concertos de artistas internacionais.
Por Diana Fonseca, na BTL 2024
