Ajudando na experiência do visitante, mitigando os efeitos do excesso de turismo e conduzindo a uma gestão mais sustentável, as smart cities são o caminho do turismo pós-pandémico. Os “passaportes de vacinação” digitais continuam a fazer as primeiras páginas dos jornais em todo o mundo e pretendem garantir a recuperação segura das viagens internacionais depois da pandemia. Este conceito abre caminho para uma relação mais próxima entre a tecnologia e as viagens num futuro próximo e as smart cities sem dúvida terão um papel essencial, revela a GlobalData.
Segundo um inquérito da empresa, 78% dos inquiridos prevê que a tecnologia vá alterar a forma como trabalham nos próximos três anos. E também afetará a forma como as pessoas viajam e as suas experiências numa atração turística ou destino.
Johanna Bonhill-Smith, analista de turismo e viagens na GlobalData, afirma que “a Covid-19 trouxe mais oportunidades para os destinos recriarem e repensarem as suas políticas de turismo, trabalhando no sentido de um futuro mais sustentável. Muitas Destination Management Organizations (DMO’s) têm estado a avaliar os seus mercados emissores e a trabalhar na adaptação da sua imagem para atrair mais “turistas civilizados” pós-pandemia. Outras, porém, têm trabalhado num conceito “smart” para assegurar uma experiência integrada para o visitante e monitorizam o turismo através da gestão de capacidade enquanto apostam num modelo de turismo mais responsável”.
A responsável acrescenta ainda que “apesar do conceito de smart city já ter ido várias vezes referido no passado, a realidade é que existem apenas alguns destinos que trabalham ativamente nesse sentido. Muitas DMO’s deixaram-se atrasar antes da pandemia. No entanto, com as empresas mais focadas em incorporar a tecnologia para melhorar a experiência do visitante através de serviços “contactless” juntamente com o compromisso de “smart apps”, há claramente maiores possibilidades das DMO’s utilizar dados na gestão do futuro”.
Tanto Singapura como Veneza são exemplos de destinos que defendem os benefícios da tecnologia inteligente. Singapura tem sido premiada com o título de cidade mais inteligente do mundo no IMD Smart Cities Index e Veneza acelerou o seu desenvolvimento com a Internet das Coisas e a gestão da capacidade para construir com mais responsabilidade no pós-pandemia.
Bonhill-Smith acrescenta: “Com as empresas a adaptarem-se às preferências do consumidor pós-pandemia, há mais oportunidades para as DMO’s colaborarem com os players locais no sentido de criar políticas de turismo mais responsáveis no pós-pandemia”.