Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS e atual candidato a Primeiro-ministro mas próximas eleições legislativas, acedeu ao convite da Ambitur para responder a cinco questões sobre Turismo colocadas pelo nosso diretor convidado, Miguel Quintas, CEO da Consolidador.com e presidente da ANAV – Associação Nacional de Agências de Viagens.
Sendo que o turismo representa perto de 15% do PIB e que o mesmo, em uníssono, reclama por um novo aeroporto em Lisboa, que prioridade daria à construção do mesmo? Que medidas executivas tomaria para evitar mais atrasos ou reavaliações?
O novo aeroporto de Lisboa é estratégico, não apenas para o turismo, mas para toda a economia portuguesa. Por isso, é também um tema absolutamente prioritário para a decisão política. Quando a Comissão Técnica Independente concluir o seu trabalho, tomaremos a decisão no mais curto espaço de tempo possível.
O setor considera que a proliferação de taxas no setor do turismo gera desequilíbrios, falta de competitividade e pode ter impactos estratégicos perniciosos face a zonas que precisam de ser desenvolvidas, Como pensam harmonizar Portugal e que áreas de atividade deverão ser sujeitas um critério de maior sensibilidade estratégica?
No seu plano de ação, o programa eleitoral do PS diz pretender facilitar a vida às empresas. E isso implica desburocratizar, simplificar, digitalizar. Faremos isso também com o setor do turismo, em diálogo com os seus representantes. São eles, melhor que ninguém, quem sabe onde é necessária a intervenção do Estado, para que tenhamos um setor competitivo, atrativo, mas capaz de competir em função da qualidade dos serviços que oferece ao cliente.
Sendo o turismo a maior indústria exportadora nacional e com o maior peso no PIB (perto de 15%), é a favor de um Ministério do Turismo? Porquê?
Não me parece relevante estar a discutir, neste momento, a orgânica de um futuro governo. O setor do turismo bateu recordes absolutos em 2023, sem que para isso tenha sido necessário elevar a sua representação dentro do governo. As grandes decisões que afetam o turismo envolvem, aliás, decisões interministeriais e a intervenção de vários membros do executivo.
Que medidas tomaria para colmatar a falta de mão-de-obra no setor?
A qualificação dos portugueses é estratégica para o futuro do País, e o setor do turismo não é exceção. Apostamos, por isso, quer na qualificação dos mais jovens, quer sobretudo na aprendizagem ao longo da vida. E, no turismo, como noutros setores, consideramos que cabe também aos empresários tornar o setor mais atrativo, em especial para as novas gerações de trabalhadores que, sendo mais qualificadas, são também mais exigentes.
Em que medida a crise da habitação justifica politicamente o travão ao alojamento local? Que medidas tomaria para a retoma desta atividade (alojamento local) tão fundamental para pequenos proprietários e microempresários?
Somos favoráveis a uma gestão equilibrada de todos os aspetos do setor do turismo, mas também da sua harmonização com o resto das preocupações de toda a sociedade. Queremos que as nossas cidades sejam vibrantes e dinâmicas, e aqui o turismo tem um papel importante; ao mesmo tempo, é preciso manter um equilíbrio entre esta dinâmica e toda a vida social de quem nelas reside, trabalha e descansa. É este equilíbrio que faz a riqueza das cidades, e é em função dele que a regulamentação do AL tem de ser vista e avaliada.
*Este artigo foi publicado na edição 347 da Ambitur.
Leia também…