A Ambitur.pt solicitou a vários profissionais do setor que partilhassem connosco uma mensagem que queiram deixar ao setor neste momento difícil. Diamantino Pereira, diretor geral da DP Tours Plus, é mais um dos empresários que se encontra em teletrabalho e que nos deixa o seu testemunho sobre como está a viver este momento.
“Acerca da minha atividade profissional, confesso que fechei as portas do nosso escritório e “mudei-me” para a minha casa onde estou a trabalhar em full time. O Carlos T escreveu para o Rui Veloso um poema cujo título é : “Tenho todo o tempo do mundo”. Eu estou a levar à risca a sua mensagem, e também estou a desfrutar e a aproveitar – apesar de todas as contingências e tristezas – todo o tempo do mundo. Agora tenho disponibilidade para estudar profunda e atentamente os tours e excursões que iremos oferecer logo que esta miserável e traiçoeira pandemia seja vencida; corrigir, afinar procedimentos; prestar formação aos nossos Colegas; testar todos os tours e excursões.
Acredito que, logo que tenhamos ultrapassado esta crise, estaremos ainda mais fortes e mais capazes para executar o nosso trabalho com elevada qualidade .
Gostaria de comentar que já vivemos e conseguimos ultrapassar durante os últimos 15 anos um sem número de epidemias, conflitos bélicos, atentados terroristas que paralisaram o mundo , a recente crise económica com a presença da troika em Portugal, aumentos exagerados no preço dos combustíveis , etc. Todos estes fenómenos afetaram todas as indústrias e, em particular, a do turismo. Enquanto para as outras indústrias uma corrente de ar significa uma constipação, todavia, para a nossa, inflige-nos uma profunda e séria pneumonia.
Os homens e as mulheres que trabalham na indústria do turismo estão habituados a enfrentar com coragem e audácia todas as adversidades. Apesar de todas as dificuldades e carências, lutam e protelam diariamente a sua rendição .
Por último, e para enfatizar a fragilidade e vulnerabilidade da indústria, recordo as consequências impensáveis do Covid19. Há dois meses (20 a 26 Janeiro) a FITUR apresentou-se ao trade com os seus 12 pavilhões, ostentando uma magnificência, força e vitalidade ímpares. Passados cerca de dois meses, quatro desses grandiosos pavilhões que tão bem conhecemos foram transformados em hospitais de campanha para acudirem as vítimas deste cobarde é traiçoeiro vírus. Nessa mesma FITUR, os Senhores Fulxa, Luís Riu e Pepe Hidalgo, proprietários,
respetivamente, das Cadeias Iberostar, Riu e da Air Europa, jamais poderiam imaginar que os seus hotéis em Espanha, passados dois meses, iriam permanecer encerrados e (ainda) os seus aviões iriam ficar “atascados” em Barajas.
Tenho a confiança que brevemente voltaremos a encontrarmo-nos”.