O Corinthia Lisbon celebrou recentemente duas décadas de vida, com momentos especiais para colaboradores, parceiros e hóspedes. Ambitur.pt esteve à conversa com César Silva, diretor-geral desta unidade hoteleira, que regressou ao passado para nos contar como surgiu o hotel e nos trouxe ao presente do “Espírito Corinthia” cujo objetivo é “superar expectativas, criando momentos inesquecíveis que definem o verdadeiro luxo”.
Qual era o contexto a nível de turismo e hotelaria quando o Corinthia Lisbon surgiu em Lisboa?
Lisboa ainda era relativamente pouco conhecida no cenário global do turismo. A cidade não tinha a mesma projeção que outras capitais europeias como Paris, Londres ou Roma, e isso refletia-se no número de turistas internacionais que recebia. As ligações aéreas eram poucas nomeadamente dos EUA e América Latina. A procura na cidade era predominantemente para turismo de negócios (individual e grupos) e dos mercados mais próximos, nomeadamente Espanha, UK e Alemanha no que toca a lazer.
Nesse mesmo ano, Portugal organizou o Campeonato Europeu de Futebol (Euro 2004). Este evento teve um impacto significativo no turismo em Lisboa, atraindo milhares de turistas e fãs de futebol de toda a Europa e do mundo. As infraestruturas turísticas da cidade foram amplamente beneficiadas, com melhorias na oferta de alojamento, transportes e serviços para fazer face ao aumento da procura.
A cidade procurava posicionar-se como um destino turístico de excelência, capaz de receber grandes eventos e um número crescente de visitantes. As autoridades locais e nacionais intensificaram os esforços de promoção turística para destacar Lisboa como um destino cultural e histórico atrativo. Campanhas de marketing focadas nas belezas naturais, património histórico, gastronomia e o clima ameno contribuíram para aumentar a visibilidade internacional.
Ao longo destes 20 anos, que momentos destacaria: os mais positivos e os mais negativos?
A indústria hoteleira tem demonstrado uma notável capacidade de adaptação frente a desafios significativos. Tendo em conta a contínua evolução tecnológica e as mudanças nas preferências dos consumidores, o futuro adivinha-se cheio de novas oportunidades e desafios.
Ao longo destes 20 anos destaco 2014, como um ano de viragem positiva para a hotelaria em Lisboa. A cidade começou a ver um aumento significativo no número de turistas, tanto nacionais quanto internacionais. A combinação de fatores económicos, culturais e promocionais contribuiu para um crescimento robusto e sustentável, estabelecendo Lisboa como um dos destinos turísticos mais atraentes da Europa.
Dos momentos negativos destaco dois, a crise financeira de 2008, com a falência da Lehman Brothers que desencadeou uma crise financeira global, levando a uma recessão económica poucos anos após a abertura do hotel em 2004. O segundo momento foi a pandemia de COVID-19, com o encerramento dos hotéis, perdas massivas de reservas, cancelamentos de eventos e conferências, restrições de viagens, lockdowns e mudanças comportamentais em relação a viagens e turismo.
Quais as principais dificuldades que o hotel sentiu nestas duas décadas?
Precisamente superar estas crises, mas também posicionando o hotel de forma a ser mais forte e competitivo no mercado. Ao longo destas duas décadas, trabalhámos para manter o produto e serviço sempre relevante para os novos segmentos de mercado, explorando ativamente novas oportunidades de negócio.
Quais são os principais mercados do hotel? Tem havido alguma alteração nestes perfis?
Hoje em dia, aproximadamente 65% dos clientes visitam-nos com a motivação de lazer e 35% de negócios; quando o hotel abriu há 20 anos era exatamente o oposto. Os nossos principais mercados são: Americano, Inglês, Francês, Alemão e Português. Ultimamente, tem-se verificado uma alteração de perfis, e os mercados norte-americano e latino-americano têm crescido significativamente nos últimos anos, beneficiando a tarifa média de alojamento.
Qual a vossa estratégia para captar hóspedes?
A nossa estratégia combina diversos fatores: oferecer um serviço de excelência, a dedicação dos nossos colaboradores, o compromisso com a melhoria das vidas de hóspedes e colaboradores, e uma filosofia de hospitalidade que personifica o espírito Corinthia.
Acreditamos que a experiência do hóspede começa antes do check-in. Investimos em tecnologia e processos personalizados para garantir que cada hóspede se sinta especial desde a reserva até a partida. Damos especial atenção aos detalhes e antecipamos necessidades, respondendo rapidamente às solicitações dos hóspedes. A par disto, os nossos colaboradores, o coração da nossa operação, recebem formação contínua para garantir um serviço de excelência, promovendo uma cultura de hospitalidade calorosa e genuína.
Estamos comprometidos com a iniciativa “Uplifting Lives”, elevando as vidas de hóspedes, colaboradores e comunidades. Implementamos iniciativas de responsabilidade social corporativa, incluindo sustentabilidade ambiental, apoio a causas locais e voluntariado, criando um ambiente acolhedor e conectado.
Tudo isso reflete o “Espírito Corinthia”, que é o núcleo da nossa identidade. A nossa filosofia de hospitalidade procura criar experiências memoráveis, tratando cada hóspede como um indivíduo único. O nosso objetivo é superar expectativas, criando momentos inesquecíveis que definem o verdadeiro luxo.
O que significa celebrar o 20º aniversário? Que momentos especiais preparou o hotel para esta data?
Estamos incrivelmente orgulhosos e gratos por celebrar duas décadas de serviço excecional e experiências inesquecíveis. Há 20 anos, abrimos as portas com uma visão clara: oferecer uma experiência de hospitalidade que combinasse elegância, conforto e um serviço excecional. A paixão e o compromisso da nossa equipa transformam essa visão em realidade todos os dias.
Para assinalar esta data, preparámos uma cerimónia para os colaboradores, que contou com a presença do nosso Chairman, prestigiando todos aqueles que cumpriram cinco, 10, 15 e 20 anos de casa, seguida de um cocktail onde todos os colaboradores foram convidados a participar. Para os nossos clientes criàmos uma oferta especial, disponível em exclusivo no nosso website e com possibilidade de reservas até ao final do ano, denominada Duas Décadas, Dois Presentes.
Ainda para celebrar esta ocasião, oferecemos um cocktail para cerca de 300 clientes parceiros e amigos, criando uma noite de celebração e partilha de memórias. O evento foi um testemunho do compromisso do Corinthia Lisbon em criar momentos de excelência numa atmosfera de festa.
No lobby do hotel, encontra-se uma instalação de uma janela tradicional de Lisboa feita especificamente para esta celebração, de autoria da artista têxtil, Rita Teles Garcia, para que todos aqueles que nos visitam possam registar o momento.
Como tem estado o hotel a nível de reservas e ocupação este ano, face a 2023? E quais as expectativas para o final do ano, e verão?
Tem estado melhor que 2023 e as perspetivas são que assim se mantenha se não houver nenhuma crise politico, socio- económica a nível mundial.
Têm alguma novidade a apresentar este ano?
Este ano, estamos felizes em anunciar a conclusão da total remodelação dos nossos quartos e suites. As renovações culminaram com a inauguração de uma espetacular suíte temática, dedicada ao Fado, composta por três quartos, dois walking closets e obras de arte alusivas ao tema, dos artistas portugueses Diogo Navarro e António Péssimo. Ainda a propósito das novas suites temáticas, destacamos as suites Maritime inspirada nos navegantes portugueses e na relação de Portugal com o mar, e nas suites Lisbon, inspirada nas vistas do hotel para o Aqueduto das Águas Livres.
Criámos também uma versão ´”indoor” do Soul Garden Restaurant & Bar para que os clientes possam usufruir deste conceito ao longo do ano. Um espaço com alma, inspirado nos elementos da natureza – Terra, Fogo, Água e Ar. Uma viagem gastronómica com foco na partilha, combinando influências Asiáticas e Latino-americanas.
Renovámos também o restaurante Olivae, que oferece uma convidativa e deliciosa gastronomia Mediterrânea, e se estende pelos jardins do hotel com uma ampla esplanada.
Por Inês Gromicho




























































