Numa altura em que muito se fala da escassez de recursos humanos na hotelaria, é fundamental analisar a oferta formativa do país e perceber que opções tem a nova geração se quiser ingressar nesta indústria.
Por isso Ambitur falou com responsáveis de várias instituições académicas, trabalhos que poderá ler no nosso site ao longo dos próximos dias. E começamos hoje pela tutela das Escolas do Turismo de Portugal. O objetivo é saber como anda a formação dos profissionais da hotelaria, que desafios enfrenta o universo educativo, quais as propostas que apresentam e que tendências anteveem.
Sabia que Portugal é o único país do mundo com uma rede de escolas de hotelaria e turismo? Esta será, certamente, uma vantagem competitiva que permite posicionar o país numa situação privilegiada. Mas é também, e di-lo o próprio presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, com a tutela desta rede formativa, “de enorme responsabilidade na implementação e adoção de soluções de qualificação que produzam melhores resultados”. O mesmo dá conta que neste momento a falta de pessoas para suprir as necessidades é um “mal” a nível global, em especial na Europa. São problemas comuns aqueles que os países hoje enfrentam, como é o caso de formar, rapidamente, quem entra de “emergência” no setor sem qualificação inicial, ou reforçar e melhorar as competências em áreas estratégicas de quem já trabalha no setor.
[blockquote style=”1″]Do lado das empresas, há que implementar ferramentas de gestão de talento que “lhes permitam conhecer melhor as pessoas, os seus objetivos e aspirações, as suas motivações, e que possibilitem uma interação regular que as mantenham atualizadas, envolvidas, entusiasmadas e comprometidas, ajudando-as a percecionar o seu contributo individual para os resultados coletivos”[/blockquote]
O facto de termos cada vez menos jovens a procurar profissões ligadas ao turismo deve ser contrariado, diz Luís Araújo, mostrando a importância desta indústria para a economia, o emprego e a inovação, e sobretudo para o desenvolvimento de carreiras atrativas e de rápida ascensão e progressão. O Turismo de Portugal tem, por isso, desenvolvido projetos e ações específicas com vista a valorizar as profissões turísticas, enquadrando-as de forma mais evidente. Do lado das empresas, há que implementar ferramentas de gestão de talento que “lhes permitam conhecer melhor as pessoas, os seus objetivos e aspirações, as suas motivações, e que possibilitem uma interação regular que as mantenham atualizadas, envolvidas, entusiasmadas e comprometidas, ajudando-as a percecionar o seu contributo individual para os resultados coletivos”.
Apostar na formação é hoje em dia um dever da maior parte das empresas e as Escolas do Turismo de Portugal procuram estabelecer com o mundo do trabalho ligações “fortes e constantes”, desde o desenvolvimento de projetos conjuntos, à realização regular de apresentações aos alunos, visitas de estudo, open days nas empresas, ou mesmo organização de estágios e formação on the job. Tudo “com o objetivo de esbater a passagem para o mundo do trabalho”, sublinha Luís Araújo.
[blockquote style=”1″]A formação das Escolas do Turismo de Portugal aposta em cursos que são revistos de três em três anos, procurando uma “contínua e rápida adequação às necessidades do mercado de trabalho e às tendências futuras do setor”[/blockquote]
A formação das Escolas do Turismo de Portugal aposta em cursos que são revistos de três em três anos, procurando uma “contínua e rápida adequação às necessidades do mercado de trabalho e às tendências futuras do setor”, assegura o responsável. E acrescenta que, nos últimos anos, foram introduzidos conteúdos de empreendedorismo e inovação, sustentabilidade, acessibilidade e inclusão, sustentabilidade e circularidade, bem como reforçados os conteúdos das áreas da gestão e das línguas, e revistos e atualizados todos os conteúdos das áreas técnicas de cozinha, pastelaria, restaurante, bar, receção, andares, lavandaria, entre outros. Foram ainda introduzidas novas aéreas curriculares ligadas ao desenvolvimento pessoal e criativo e, recentemente, a rede desenvolveu um serviço de promoção do talento – Talent Spot – promovendo um acompanhamento individualizado de cada aluno e maximizando o desenvolvimento das suas competências, seja na realização de estágios e participação em projetos internacionais, seja na integração no mercado de trabalho.
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