A Ambitur.pt tem vindo a auscultar as várias associações nacionais no sentido de saber qual a atual situação dos seus associados perante a pandemia da Covid-19. Em mais uma ronda, Rodrigo Pinto Barros, presidente da APHORT – Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo, indica que no que diz respeito à restauração, “mais de 90% dos nossos associados confirmaram” desde logo a sua vontade e disponibilidade para retomar a atividade no passado dia 18 de maio. Pelo que a associação disponibilizou uma guia de boas práticas para os estabelecimentos de restauração e bebidas, à luz da nova normalidade.
Quanto aos hotéis, o responsável admite que “o regresso à atividade vai arrastar-se ao longo do ano” dependendo a reabertura da sua localização, bem como dos mercados e segmentos com que trabalham. E recorda que no caso dos hotéis de cidade,por exemplo, a sua atividade é, em grande parte, condicionada pelo volume de tráfego aéreo, pelo que “persiste uma incógnita em torno do futuro desses estabelecimentos”.
A APHORT explica que tem vindo a acompanhar as práticas que estão a ser aplicadas noutros países, adaptando os melhores exemplos à realidade nacional. O documento para a restauração já disponibilizado resultou de um trabalho de auscultação das empresas no terreno e da observação das medidas que estão a ser implementadas internacionalmente. “A APHORT pretende com este guia ajudar os estabelecimentos na aplicação dos procedimentos necessários para uma reabertura em segurança, que lhes permitam obter resultados eficazes, tendo em conta a sua realidade e sem alinhar em processos demasiados complexos ou impossíveis de executar”, frisa Rodrigo Pinto Barros. A ser preparado está também um guia semelhante para a hotelaria.
A associação defende que o Governo pressione as autoridades internacionais no sentido de se obter uma clarificação quanto à situação da circulação aérea com a maior brevidade possível. “É um sinal fundamental para o setor do turismo se reorganizar e planear os próximos tempos”, esclarece o dirigente associativo. E aponta como medidas importantes que, após o final do prazo estabelecido para o lay-off, as empresas possam contar com programas de apoio para a manutenção de emprego e medidas especiais para a recuperação do seu negócio. Em relação aos restaurantes, a APHORT defende a adoção de uma taxa única para a alimentação, através da diminuição do IVA neste setor para os 6%, durante um período de dois anos. “Acreditamos que esta medida seria um estímulo importante para a retoma da restauração”, sublinha Rodrigo Pinto Barros.
O responsável acrescenta ainda que “a APHORT tem vindo a defender, desde o início, a adoção de medidas pragmáticas, proporcionais e ajustadas à realidade das empresas nacionais”. E vê, por isso, com agrado as orientações da DGS para o setor, que permitem “uma abordagem e implementação dessas medidas mais fácil por parte dos estabelecimentos”.
Além disso, e uma vez que a reorganização dos estabelecimentos e das equipas, bem como a adoção de uma série de processos e procedimentos adicionais irão, sem dúvida, aumentar os custos das operações, a APHORT aguarda “a clarificação das medidas de apoio a fundo perdido anunciadas pelo Governo”.