O primeiro hotel “a sério” de Cascais nasceu da visão de João Soares, e começou a ser construído a 19 de março de 1959, com um projeto assinado pelo arquiteto Alberto Cruz. Surge precisamente no emblemático Café Tavares, o ponto de encontro da época da vila de Cascais, e abre portas a 17 de abril de 1962. Hoje, a comemorar os 60 anos de vida, gerido pela terceira geração da família, não há quem não conheça o Hotel Baía, uma unidade com uma localização privilegiada no Centro da vila e na primeira plateia da Baía de Cascais. E, apesar das seis décadas, apresenta-se como uma unidade que tem sabido acompanhar as exigências dos hóspedes e que se tem mantido atual.
Mas não faltaram peripécias e João Coruche, atual administrador e neto de João Soares, lembra que, em 1975, após a revolução e abril, os proprietários do hotel foram expulsos tendo este entrado em fase de “autogestão”. E só em 1982 conseguiram recuperar a gestão do hotel, que se encontrava já num estado muito degradado. E embora já antes, entre 1972 e 1973, o hotel tivesse sofrido uma primeira ampliação, com a adição de uma sala de banquetes no piso -1 e um total de 87 quartos, somente em 1982 se inicia uma nova fase de investimento a nível de instalações e equipamentos, com o objetivo de recuperar a imagem e reputação do Hotel Baía. Uma ambição que foi porém dificultada pelas cheias de Cascais de novembro de 1983, que acabaram por provocar danos incalculáveis não só ao hotel, como a toda a Baixa da vila.
1990 é portanto a data da segunda ampliação e renovação desta unidade hoteleira, abrangendo a fachada norte, bem como o solário, onde é construída uma piscina. As salas do piso térreo e do piso -1 também foram remodeladas, e o hotel passa a oferecer 113 quartos e suites. Finalmente, em 2005, termina a terceira grande renovação do Hotel Baía, com a construção do parque de estacionamento subterrâneo.
Mas novo obstáculo se apresenta com a pandemia de Covid-19 e João Coruche lembra o dia 23 de março de 2020, quando os últimos clientes saem do hotel e grande parte dos colaboradores entraram em regime de “layoff”. “Foi a primeira vez, desde a sua abertura a 18 de abril de 1962, que o hotel fechou portas”, frisa o gestor. Para logo acrescentar que, em meados de junho desse mesmo ano, “recebemos um telefonema de um cliente que tinha reserva e estava em Portugal; queria saber se podia ficar no hotel. E assim abrimos, primeiro com um, depois dois, de seguida quatro quartos e, lentamente, retomámos a atividade”.
E eis que se passaram seis décadas de atividade, aproveitando o Hotel Baía o ano de 2022 para festejar esta data especial com algumas iniciativas em conjunto com os clientes e a comunidade, e tendo renovado já as suites, que ganharam uma nova decoração e conforto. A ambição é “continuar a melhorar e a crescer de forma sustentável, proporcionando aos nossos clientes uma experiência inesquecível que supere as expectativas”, sublinha João Coruche.