A Ambitur.pt está a acompanhar de perto a evolução do Programa Empresas Turismo 360º, uma iniciativa do Turismo de Portugal que pretende colocar as empresas no centro do processo de transformação sustentável do setor. Elsa Gavinho, fundadora da Caminhos da Natureza, conversa connosco.
Qual o significado de receber o selo Engaged do Programa Empresas Turismo 360º?
Receber este selo é receber o reconhecimento de todo o esforço que tem vindo a ser feito para desenvolver uma atividade cada vez mais alinhada com práticas sustentáveis. Além disso, representa também a responsabilidade em continuar nesse caminho. Para clientes e parceiros representa um compromisso com boas práticas; para os nossos colaboradores, além de reconhecimento, é o relembrar a responsabilidade de continuar neste caminho.
Qual é a principal atividade da empresa?
A Caminhos da Natureza dedica-se à criação, venda e operacionalização de tours de Turismo na Natureza, nomeadamente a pé e em bicicleta, com tudo incluído, e usualmente com duração de uma semana. Somos um tour operator a trabalhar essencialmente produtos self-guided, para incoming, em Portugal Continental e Ilhas. Especialmente com este propósito, a empresa criou a marca “Portugal Nature Trails”.
Quando foi fundada e por quem?
Foi fundada em 2004 por dois sócios, mas em 2007 houve a alteração de um deles. Eu (Elsa Gavinho) mantenho-me desde o início, e em 2007 o António Gavinho passou a fazer parte desta sociedade.
O que diferencia a empresa a nível de oferta?
A Caminhos da Natureza possui um leque de tours que abrange grande parte do nosso território, e fomos das primeiras empresas em Portugal a oferecer tours em self-guided, mas acreditamos que o que mais nos diferencia é a flexibilidade no processo de reservas e elaboração de tours. Além disso, orgulhamo-nos de ter um serviço de apoio ao cliente, a qualquer hora, e em qualquer dia da semana. Costumo dizer em tom de brincadeira que temos um serviço de concierge, apesar de não ser vendido como tal.
Porque aderiu ao Programa Empresas Turismo 360º?
Acreditamos ser uma forma de dar visibilidade a um compromisso assumido desde o início da empresa, ou seja, desenvolver uma atividade empresarial sustentável e ética. A adesão a este programa permite-nos ainda aceder a ferramentas que ajudam na sistematização e monitorização de indicadores de desempenho contribuindo para uma melhoria continua.
Qual foi o benefício do Programa?
O maior benefício deste programa é exatamente o acesso a uma ferramenta especialmente desenvolvida para monitorização e realização de relatórios de sustentabilidade. A agregação e visualização deste conjunto de indicadores nas categorias ESG, ajuda-nos, e desafia-nos enquanto empresa, a procurar fazer melhor. Além disso, também nos forçou a olhar e rever, internamente, alguns dos processos.
Qual é o principal compromisso da empresa, tendo em conta este programa?
Continuar um caminho que acreditamos ser o melhor para garantir a continuidade da atividade turística: o da sustentabilidade, do respeito pelas pessoas e pela natureza. Além da experiência que são, fazer dos nossos tours um instrumento de sensibilização, de informação e de partilha de culturas.
De que forma a pandemia atrasou o progresso da empresa?
Tal como na maior parte da atividade turística, a pandemia obrigou-nos a parar, especialmente porque trabalhamos com mercados estrangeiros que rapidamente ficaram impedidos de viajar. Os primeiros meses de pandemia foram cheios de trabalho de cancelamento de reservas, o que foi frustrante para todos. No entanto, a pandemia foi também um tempo para repensar e melhorar processos. E nessa perspetiva, não podemos dizer que “atrasou o progresso da empresa”. Gosto de pensar que adiou, mas para conseguirmos fazer melhor.
Como está a ser a recuperação?
Muito boa e muito motivante para todos. Portugal está com grande procura para o Turismo na Natureza e estamos mesmo com valores acima dos pré-pandemia.
Que projetos/novidades estão em marcha?
Além de projetos mais internos e que visam a melhoria dos processos (e que não são visíveis aos clientes, mas são importantíssimos para o desempenho da empresa e dos colaboradores) estamos a criar tours que se focam em territórios menos procurados turisticamente, nalguns casos de interior e de baixa densidade.
Por Diana Fonseca