A estruturação de um plano com vista a combater a sazonalidade em Portugal, a criação de restrições na implementação de novas taxas turísticas ou a publicação de um ranking de competitividade de empresas por parte do Turismo de Portugal são algumas das propostas que o Governo integrou no “Turismo 2020 – 5 Princípios para uma Ambição”, hoje apresentado no Ministério da Economia, e que substituirá o anterior Plano Nacional Estratégico para o Turismo, que vigorou de 2007 a 2015. Este documento, que “foi precedido de um ano de reuniões e trabalho no âmbito do Turismo 2020”, tem a ambição de fazer com que Portugal se torne “no destino mais ágil e dinâmico da Europa”.
Segundo Adolfo Mesquita Nunes, secretário de Estado do Turismo, “a ambição para 2020 não é quantitativa”, ou seja, “não se quis definir quantitativamente o número de turistas que deverão chegar a Portugal” até este período, o objectivo é “tornar Portugal no destino mais ágil e dinâmico da Europa” e colocá-lo no ranking dos dez países mais competitivos do mundo.
Para alcançar os objectivos, o actual governo criou o “Turismo 2020 – 5 Princípios para uma Ambição”, um plano que, segundo Adolfo Mesquita Nunes, mais não é que um documento assente nos princípios seguidos pela tutela nos últimos anos. “Deixámos de definir dez produtos estratégicos como se fazia”, frisou o secretário de Estado, acrescentando que “este não é um plano estratégico prescritivo, fechado e definido centralmente”.
Tal como o nome indica, o plano hoje apresentado, assenta em cinco princípios (pessoa, liberdade, abertura, conhecimento e colaboração). “Pessoa” porque as políticas públicas têm de ser orientadas para a procura e não para a oferta; “Liberdade” em dois sentidos, primeiro, a liberdade da iniciativa do sector privado, e segundo, no sentido de respeitar a liberdade da escolha dos turistas, nomeadamente, no acesso ao alojamento local, por exemplo; “Abertura” à mudança, desde a economia da partilha ao digital; , “Conhecimento” das novas oportunidades no sector; e “Colaboração”, uma vez que o turismo não é um sector do Governo, mas um sector multicultural”, explicou o responsável., acrescentando que é objectivo deste plano, entre outros, outros contribuir para o crescimento de Portugal face aos países concorrentes, para o aumento da receita por cada chegada e para o aumento das exportações”. Quer-se também que Portugal integre o ranking dos dez destinos mais competitivos do mundo, acrescenta.
Para isso, a proposta do Governo passa por seis eixos: “Um destino sustentável e de qualidade”, no qual se prevê a criação do Plano Destino Turístico Inteligente, “financiado no âmbito dos Fundos Comunitários e que será apresentado, brevemente pelo Turismo de Portugal” e do Plano de Mitigação da Sazonalidade, “que será levado a cabo em colaboração com as entidades regionais”; e “Um destino de empresas competitivas”, no qual se prevê a criação, por parte do Turismo de Portugal, de um ranking de competitividade público e a introdução de sunset clauses obrigatórias em toda actividade. Neste ponto, Adolfo Mesquita Nunes, frisou ainda que “o Governo só poderá criar mais taxas se ao mesmo tempo eliminar o mesmo número de taxas criadas”, uma medida que “não extensível as autarquias”.
O terceiro eixo refere-se a Portugal como “Um destino empreendedor” no qual o Governo pretende, entre outros, abrir as bases de dados do Turismo de Portugal ao público e implementar o sistemas de Business Inteligence no Turismo de Portugal; O quarto eixo “Um destino ligado ao mundo” pretende, entre outros desenvolver e potenciar as ligações aéreas a Portugal, onde o protocolo desenvolvido com a ANA – Aeroportos de Portugal tem uma grande importância. No eixo “Um destino gerido de forma eficaz”, o governo prevê o desenvolvimento de parcerias entre todos os agentes; e por último, o eixo “Um destino que marca” que está destinado à promoção. Neste ponto, Adolfo Mesquita Nunes voltou a lembrar que a promoção “tem de ser profissional e despolitizada. Será uma estratégia de promoção ligada ao apoio à venda”, na qual o offline continuará a ser substituído pelo online e onde o trade marketing e press trips continuarão a ser potenciados.