A Booking e a AHP (Associação da Hotelaria de Portugal) apresentaram os resultados do “European Accommodation Barometer 2022”, realizado pela Statista, e o “Economic impact of online travel agencies in Europe” da Oxford Economics, no evento “Reconstruir um turismo mais resiliente”.
Ambos os estudos analisam a situação dos negócios, identificam desafios e avaliam o sentimento económico e o crescimento do setor do turismo.
Em Portugal, 85% dos inquiridos afirmaram que “a evolução dos últimos 6 meses foi boa ou muito boa, bem como o aumento das taxas de ocupação, sobretudo no último semestre do ano”. De um modo geral, o mercado português mostrou-se positivo para o futuro, com mais de um terço (58%) a esperar que a sua situação financeira evolua nesse sentido.
No entanto quanto à retoma, 54% dos inquiridos disseram que já atingiram os níveis de 2019, mas 46% afirmaram que só irão retomar os níveis pré-pandemia entre o 1.º semestre de 2023 e o 2.º semestre de 2024. Quanto aos três indicadores: TO, ARR e Receitas, a maioria dos hoteleiros prevê que em todos os trimestres 2023 será melhor do que 2019 e 2022. Relativamente a mercados emissores, Portugal, Espanha e Estados Unidos da América são os mais apontados pelos hoteleiros para 2023, seguidos do Reino Unido, França, Alemanha e Brasil. (Fonte: Inquérito AHP “Balanço 2022 & Perspetivas 2023”).
Em relação à situação atual, a pesquisa independente da Oxford Economics revelou ainda que as Online Travel Agencies desempenham um papel crucial na expansão da escolha do consumidor, proporcionando um efeito descendente nas tarifas e aumentando a relação custo-benefício do consumidor.
As preocupações dos hoteleiros
No entanto, os hoteleiros estão preocupados com a crise energética causada pela guerra na Ucrânia e os desafios económicos. A grande maioria (89%) dos hoteleiros portugueses indicou que o custo da energia é um dos maiores desafios que enfrentam e preocuparam-se também com a situação económica geral (59%), e embora em menor grau, com os impostos (39%) e com a grande concorrência de outros alojamentos (33%).
Outro desafio, a digitalização, é igualmente uma preocupação, com quase metade dos entrevistados (49%) a dizer que a sua preparação para a transformação digital era boa ou muito boa, enquanto 13% estavam insatisfeitos com seu esforço de digitalização. Na tentativa de digitalizar os seus negócios, os sites são a ferramenta mais importante para os hoteleiros.
Comparando a aptidão geral para a transformação digital e desafios relacionados com a sustentabilidade, os hoteleiros europeus não estão tão atualizados quando se trata deste domínio, com apenas 30% dos entrevistados a afirmarem que estão preparados para os desafios da sustentabilidade e da descarbonização, e 18% a consideram que tal preparação foi insuficiente.
Apoio dos governos é fundamental
Os hoteleiros esperam que os governos continuem a apoiar a recuperação da pandemia global, pois as políticas governamentais são essenciais para proteger a indústria de viagens da pressão do aumento dos custos com a energia e da incerteza macroeconómica.
Em Portugal, 69% dos hoteleiros inquiridos consideraram importantes as políticas governamentais, referindo que estas medidas têm uma influência considerável nas empresas hoteleiras. Além disso, 38% destacaram o impacto esperado de tais políticas como benéfico.
Conclusões das Mesas-Redondas da AHP
Numa das mesas-redondas organizadas no evento, a Area Manager da Booking, Louise Lijmbach, salientou que “a hotelaria nacional está claramente bem posicionada para concorrer no domínio da sustentabilidade ambiental com as suas congéneres europeias, inclusive melhor que os mais diretos concorrentes, sublinhando que é notório e crescente o interesse e valorização dos clientes pelos hotéis que publicam as suas políticas de sustentabilidade e ostentam selos e certificações”.
Além disso, noutra mesa-redonda, foi apontado o otimismo da hotelaria portuguesa em relação ao futuro do setor do Turismo.