Decorreu no passado dia 27 de maio, no Fórum Picoas, em Lisboa, a conferência Transição Digital, que teve como mote ‘Digitalizar sem Desumanizar‘. Empresários dos setores da restauração e similares, empreendedores na área das tecnologias para os setores HORECA, representantes da política nacional e europeia e vários players do turismo nacional refletiram sobre os desafios da transição digital na era pós-pandemia.
A conclusão é transversal, revela a AHRESP, em comunicado: num negócio de Pessoas para Pessoas, a digitalização será sempre um meio e não um fim em si, como se pode ler na oitava conclusão desta conferência: “A tecnologia e digitalização devem estar ao serviço dos negócios, mas não devem ser um fim em si mesmo, porque elas não se opõem nem substituem os valores humanos, que serão sempre a alma das nossas empresas e o cartão de visita do nosso Turismo.”
Como referiu na abertura da sessão Tiago Quaresma, vice-presidente da AHRESP, “neste mês de maio, quisemos partilhar com todos o trabalho que tem sido feito junto dos vários protagonistas, naquilo que para nós é o mais importante: fazer pontes e fizemo-lo com a organização do hotel 4.0 Portugal Summit, no Porto, e hoje em Lisboa com a Conferência ‘Transição digital: Digitalizar sem desumanizar’. A Associação considera essencial estabelecer a ponte entre o mundo empresarial e o mundo da tecnologia, dando a conhecer caminhos e facilitando o rumo a seguir para os negócios HORECA fazerem esta transição digital com retorno e à medida das suas necessidades, considerando um tecido empresarial maioritariamente composto por micro e pequenas empresas”.
Os participantes da conferência da AHRESP, após análise dos contributos prestados pelos diversos especialistas das diversas áreas, e decorrente do debate nos diferentes painéis, aprovaram as seguintes conclusões:
- As empresas de alojamento turístico, apesar de terem sido as primeiras a abraçar a era digital, com a criação de uma presença digital, através de sítios na internet, não estão a acompanhar as todas as necessidades atuais. É necessário estender a digitalização a toda a cadeia do negócio, otimizar a produtividade e assegurar a segurança da informação;
- Aplicar a digitalização pontualmente numa só área não traz, por si só, os resultados desejados. É necessária estratégia na Transição Digital das empresas e é necessário que essa estratégia seja transversal a toda a cadeia de valor;
- Deve haver uma aposta na capacitação digital de todos os trabalhadores da empresa, implementada de “cima para baixo”, para que tenha a força do exemplo. O “gap” de conhecimento é grande e queremos, tanto quanto possível, ajudar a preencher esta lacuna;
- É necessário, e é também aqui que a AHRESP pretende dar o seu contributo, fazer a ponte entre o que o negócio necessita e as soluções tecnológicas existentes no mercado;
- É essencial criar as necessárias condições para que as nossas empresas possam ser parceiras de soluções tecnológicas que representam uma efetiva mais-valia para os seus negócios, como é o caso da utilização de plataformas de entregas, o que deve ser feito com condições mais ajustadas e equilibradas;
- Deve ser privilegiada a segurança informática para a proteção do negócio e do cliente, mas também para a prevenção de ataques e ameaças cibernéticos, que se estão a tornar cada vez mais frequentes e sofisticados;
- O digital deve ser visto como um ativo extraordinário, que permite, nomeadamente, conhecer melhor os clientes e o negócio, sistematizar e analisar dados, assim como automatizar processos, que permitem às nossas pessoas maior disponibilidade para o cliente e foco nas funções onde são mais necessárias;
- A tecnologia e digitalização devem estar ao serviço dos negócios, mas não devem ser um fim em si mesmo, porque elas não se opõem nem substituem os valores humanos, que serão sempre a alma das nossas empresas e o cartão de visita do nosso Turismo.