2022 parece finalmente trazer boas notícias para o turismo em Portugal. Em algumas unidades da AP Hotels & Resorts, os meses de fevereiro e março já surpreenderam com bons resultados e as previsões para os próximos meses são animadoras. Lino Martins, diretor comercial do grupo hoteleiro, adianta que o período da Páscoa “aparenta ser a altura do ano que irá marcar definitivamente o regresso das normais tendências de reserva”. Isso significa que é evidente já “uma forte procura e concretização de reservas até junho, com uma fortíssima componente de reservas de clientes internacionais”, frisa o responsável. Uma dinâmica de regresso da procura sentida em relação a clientes britânicos, holandeses e alemães.
[blockquote style=”1″]é evidente já “uma forte procura e concretização de reservas até junho, com uma fortíssima componente de reservas de clientes internacionais”, frisa o responsável. Uma dinâmica de regresso da procura sentida em relação a clientes britânicos, holandeses e alemães.[/blockquote]
Lino Martins garante mesmo que “os meses de verão estão a atravessar uma clara dinâmica e tendência de subida”. Uma vez que os meses de julho e agosto ainda estão distantes, a AP Hotels & Resorts prevê assim superar os objetivos que tinham sido fixados para esta temporada “um pouco abaixo dos registados em 2019”, e tudo aponta para que este seja um ano turístico “acima do que se perspetivava no final de 2021”.
Para isso contribuirá também o “despertar” do segmento de grupos, sobretudo a nível do lazer, embora os grupos ligados à componente empresarial, como reuniões e incentivos, tenham já uma boa procura mas para o segundo semestre, indica o diretor comercial da AP Hotels & Resorts.
Impossível não abordarmos o atual conflito na Europa de Leste e a incerteza que pode gerar a nível turístico. Mas Lino Martins afiança que alguns parceiros já confirmaram que destinos mais tradicionais como Portugal, Espanha ou Itália, poderão mesmo beneficiar desta situação pois são percecionados como mais longínquos e, logo, mais seguros, isto em detrimento de outros destinos mais próximos do conflito e que inevitavelmente vão apostar na descida de preços, estratégia essa que não é a da AP Hotels & Resorts.
Outra questão que pode pesar na evolução da atividade hoteleira são os maiores custos de operação que se preveem, desde gastos em alimentação, recursos humanos ou taxas ambientais, bem como os preços dos combustíveis que, tendencialmente encarecerão as viagens aéreas. Mas Lino Martins lembra que a evolução dos preços tem sobretudo em conta a procura e a realidade mostra que “estamos em diversas unidades a atravessar um ritmo de procura muito elevado com um forte ressurgimento dos mercados internacionais, bem como do mercado nacional”. Esta dinâmica terá um efeito sobre as tarifas “até mais forte do que esses custos de contexto”, esclarece o responsável.
Fidelização dos colaboradores
O setor do turismo tem assistido a uma redução significativa de pessoas disponíveis para trabalhar, que durante a pandemia foram absorvidas por outras indústrias, mas a verdade é que a AP Hotels & Resorts tem vindo a aumentar a oferta de oportunidades de emprego, devido ao crescimento do portfólio e à diminuição do excesso de carga das posições existentes, explica Lino Martins.
Para contrariar este problema, sobretudo numa altura de retoma, o grupo hoteleiro aposta numa política de fidelização de colaboradores proporcionando condições que, de alguma forma, permitam que se sintam mais realizados, como é o caso de oportunidades de progressão de carreira e desenvolvimento. A AP Hotels garante ser também ativa e criativa na procura de novos profissionais.
Se, por um lado, a pandemia acabou por ter uma pressão negativa sobre a mão-de-obra no setor turístico, a verdade é que, por outro lado, acelerou algumas tendências como é o caso da digitalização. E o grupo AP Hotels considerou-o um tema prioritário. Além da aposta em QR Codes nos diretórios das unidades e nos menus, fez também um forte investimento em balcões de self-check-in e num novo site. Por outro lado, Lino Martins avança que o material de promoção está a tornar-se cada vez mais digital e as brochuras em papel têm uma “clara tendência” a reduzir-se. O grupo está ainda a desenvolver uma app que permita a gestão cada vez mais automatizada de compra de serviços dentro das suas unidades. Apostas que pretendem levar a AP Hotels & Resorts a dar resposta às exigências dos novos consumidores.