A Ambitur falou com as várias associações do setor do turismo para perceber como sentem o atual momento que se vive em Portugal, o que esperam deste novo Governo e que desafios terão de enfrentar as empresas que representam nos próximos tempos.
Rodrigo Pinto Barros, presidente da APHORT, identifica desde logo três grandes desafios que decorrem em simultâneo, em planos paralelos. Por um lado, “curar as feridas”, seja a nível financeiro ou dos recursos humanos. Além disso, é importante responder ao que o mercado possa trazer de novo e também manter uma grande capacidade de inovação nas aéreas digitais e ambientais onde, sublinha, “estão a decorrer verdadeiras «revoluções» que exigem a nossa atenção”.
Escolhido que está o novo Governo, o presidente da Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo considera que “do Governo as empresas só precisam de estabilidade e previsibilidade”. E este deverá ser pois o primeiro passo do Executivo de António Costa: “estabilizar definitivamente o mercado, de forma a permitir um funcionamento com base em regras estáveis e facilmente compreensíveis”, explica o responsável. A partir daí, acredita que as empresas “poderão recuperar e sarar as suas feridas”.
Outra prioridade identificada por Rodrigo Pinto Barros é a necessidade de uma menor preocupação com a política e maior atenção à economia e às empresas, “e isso passa por deixar o mercado funcionar e a procura estabilizar”, esclarece, acrescentando que para tal será necessário estar atento e perceber como vão reagir os clientes. Fundamental será ainda permitir às empresas reencontrarem o seu equilíbrio, seja operacional, seja financeiro. No fundo, o que a APHORT defende é “menos Governo e mais economia/mercado”.
O dirigente associativo admite que os últimos tempos permitiram perceber que, se o mercado funcionar, o setor recupera rapidamente. Mas tal “não significa que volte a ser como antes, mas que se irá encontrar num novo equilíbrio no funcionamento dos negócios e do mercado”.