A pandemia de Covid-19 não tem dado descanso ao setor do turismo e a hotelaria tem sido muito afetada pelas restrições impostas a nível mundial. No grupo Dom Carlos Hotéis, os tempos têm sido muito difíceis e trazido muitos desafios. Isso mesmo reconhece Susana Simoni, responsável comercial e de e-commerce da cadeia hoteleira portuguesa, que sublinha que a paragem “forçada” na atividade “foi aproveitada para repensar os modelos de negócio e a forma como nos queremos posicionar no mercado”. O grupo tem assim como principal aposta para a retoma a captação do cliente.
Susana Simoni recorda que os longos meses de pandemia foram também de “preparação para o futuro e aprendizagem”. E foram por isso aproveitados para “ampliar a nossa visão e criar novas oportunidades para fazer crescer os nossos mercados”, adianta. Além disso, os Dom Carlos Hotéis aproveitaram ainda para renovar a imagem dos quartos, conferindo-lhes um toque de modernidade com a nova decoração. Tudo para que o cliente, ao regressar, se sinta bem recebido.
É evidente que, ao longo destes meses de confinamentos e medidas restritivas, o grupo sentiu como maior preocupação a queda do número de reservas e os cancelamentos em massa, o que o obrigou a fechar as duas unidades em Lisboa – o Dom Carlos Park em sistema intermitente e aberto desde maio; e o Dom Carlos Liberty encerrado durante um ano e oito meses.
Em 2021, Susana Simoni admite que os meses de setembro, outubro e novembro “foram bons”, tendo-se sentido, pela primeira vez desde o início da pandemia, “uma procura pela cidade de Lisboa”. Neste período, foi o mercado europeu o principal emissor, com destaque para os turistas espanhóis, mas também franceses, italianos e portugueses. Surgiram igualmente novos mercados como a Polónia, República Checa e Hungria. A responsável explica que houve uma “inversão nos nossos principais clientes, pois as viagens ainda são escolhidas por mercado de proximidade”. Porém, o surgimento da nova variante ómicron fez com que o mês de dezembro regredisse, com o regresso dos cancelamentos e o medo de viajar.
Com toda esta imprevisibilidade, “é muito difícil antever a recuperação aos níveis de 2019”, reconhece Susana Simoni, que diz acreditar que, assim que os turistas se sintam seguros para viajar, vão fazê-lo, e isso sim poderá “impulsionar as nossas vendas”. Aliás, a expectativa é de crescimento contínuo ao longo de 2022 e que o período da primavera e verão já seja mais próximo da procura de 2019.
Entretanto, a estratégia dos Dom Carlos Hotéis vai manter-se na aposta no segmento no online, na presença assídua nas redes sociais e no melhoramento tecnológico que permita ao grupo acompanhar a evolução e tendências de mercado. “Esperamos assim captar novos mercados e novos tipos de clientes”. A responsável tem noção de que a pandemia trouxe novos perfis de clientes aos hotéis, hóspedes mais exigentes com o serviço e “com uma expectativa muito elevada ao mínimo detalhe”. O que se traduz num “novo desafio” que “nos obriga a superar cada vez mais a nós próprios”. Por outro lado, a pandemia veio solidificar a procura do online, esclarece Susana Simoni. Assim, o cliente é hoje mais informado e procura detalhes sobre os hotéis através do feedback de outros hóspedes. “A nossa imagem é cada vez mais importante e a forma como nos expomos, pois é o que caracteriza a nossa identidade”, resume.