Um novo relatório da ForwardKeys revela que no terceiro trimestre do ano – julho, agosto e setembro – as viagens aéreas deverão atingir 65% dos níveis de 2019. Contudo, a retoma é desigual, com algumas partes do mundo com melhores performances do que outras e alguns tipos de viagens, especialmente férias de praia, a tornarem-se muito mais populares do que férias urbanas.
A região do mundo que parece ter uma recuperação mais forte é a África & Médio Oriente. As chegadas no terceiro trimestre devem atingir 83% dos níveis pré-pandemia. É seguida pela região das Américas, onde as chegadas de verão devem alcançar 76%, e depois Europa (71%) e Ásia Pacífico (35%).
A atual preferência por férias de sol e praia é bem ilustrada pela comparação dos 10 principais destinos de praia e cidade na Europa, classificados pelas reservas de voos do terceiro trimestre em comparação com 2019. Todos os que figuram na lista, que é liderada por Antália (+81%), Tirana (+36%) e Mikonos (+29%), revelam uma procura extremamente saudável enquanto que na lista urbana somente Nápoles está acima de 2019. Além disso, diz a consultora, os quatro principais destinos urbanos – Nápoles (+5%), Istambul (=), Atenas (-5%) e Lisboa (-8%) – também são excelentes refúgios de praia.
Verifica-se uma tendência similar nas Américas, onde as reservas do terceiro trimestre para viagens aéreas para as Caraíbas, América Central e México estão 5% superiores aos níveis de 2019, enquanto que as reservas de voos para a América do Sul, e EUA e Canadá estão, respetivamente, 25% e 31% inferiores. Os destinos que deverão ter um melhor desempenho são Costa Rica (+24%), Jamaica (+17%) e República Dominicana (+13%).
O entusiasmo por voltar a viajar internacionalmente é tão forte que o aumento das tarifas aéreas pouco abrandou a procura. Por exemplo, a tarifa média dos EUA para a Europa subiu cerca de 35% entre janeiro e maio, sem qualquer abrandamento visível no ritmo de reservas. E estas tarifas estiveram quase 60% acima do ano anterior. As tarifas para viagens curtas, viagens intrarregionais (dentro das Américas) também aumentaram substancialmente, em 47%, menos do que o longo curso. Porém, a procura para esses bilhetes teve um pico em março.
Diz a ForwardKeys que felizmente para a indústria turística e para muitos destinos, os turistas americanos planeiam estadias mais longas e gastar mais do que o fizeram em 2019, mas não tanto quanto durante a pandemia. A estadia média planeara no terceiro trimestre é de 12 dias, subindo dos 11 dias de 2019. A percentagem de pessoas que voam em classes premium no terceiro trimestre também deverá crescer, de 12% em 2019 para 15% este ano (tendo atingindo 19% em 2021).
As previsões relativamente promissoras para viagens de verão para a África e Médio Oriente deve-se a uma combinação de fatores, explica a consultora. Vários aeroportos do Médio Oriente funcionam como hubs de viagem entre a Ásia Pacifico e a Europa, o que beneficiou o Médio Oriente da retoma das viagens intercontinentais, particularmente de pessoas que regressam a países asiáticos para visitar amigos e familiares. O fecho do espaço aéreo russo também contribuiu para o crescimento do tráfego de hub. Cairo (+23%) aumentou a conectividade com mercados europeus. A Nigéria (+14%), o Gana (+8%) e a Costa do Marfim (+1%) com grandes diásporas na Europa e EUA, estão a assistir ao regresso de expatriados para visitar amigos e família. A Tanzânia (+3%), Cabo Verde (=) e Seichelles (-2%) estão a atrair com sucesso turistas da Europa.
As viagens para e dentro da região da Ásia Pacífico estão a recuperar mais lentamente devido a restrições de viagem mais severas referentes à Covid-19, que ainda permanecem em vigor.
Segundo Olivier Ponti, da ForwardKeys, “com as restrições de viagens a serem levantadas em 2022, a conectividade a ser restabelecida e a confiança do consumidor e voltar, a procura de viagens internacionais volta a subir, marcando um afastamento da tendência de viagens domésticas que prevaleceu nos últimos anos. No terceiro trimestre deste ano, os turistas estão muito mais propensos a deixar a pandemia para trás com umas férias relaxantes na praia do que de consumir cultura e cidades”.