Depois das declarações do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, há duas semanas, e já esta semana de Mário Centeno, ministro das Finanças, e do Primeiro Ministro, António Costa, sobre a possibilidade da nacionalização da TAP, Humberto Pedrosa, que controla com David Neeleman 45% da TAP através da Atlantic Gateway, aborda esta hipótese. Em declarações ao Negócios, o responsável indica que a TAP “apenas precisa da ajuda do Estado, como precisam todas as companhias”. Para o responsável, a nacionalização “seria um passo atrás” que “iria interromper o trabalho já feito”. Indica ainda que “a minha intenção é ficar na TAP”, acrescentando que “há muita coisa que a gestão privada consegue fazer, que o Estado não consegue”.
Por outro lado, recorde-se que só ontem foi conhecido que David Neeleman terá reduzido a sua participação da Azul há um mês atrás, timing que coincide com a propagação do vírus COVID-19 para outras latitudes.
De acordo com o Brazil Journal, “gestores que acompanham a Azul diziam haver três explicações possíveis para a venda: ou Neeleman “acredita que a empresa não vai sobreviver, ou teme ser diluído no pacote de ajuda do BNDES, ou ainda pode ter tido problema de liquidez na pessoa física”. No entanto, nesta terça-feira, a Azul refere que o empresário havia feito um empréstimo pessoal em 2019 no valor de 30 milhões de dólares dando como garantia parte das suas ações. A posição do empresário terá ficado reduzida a metade, no entanto, o responsável controla a Azul por meio de ações ON, as únicas com direito a voto, e que continuam em seu poder, de acordo com a mesma fonte.
Já o Negócios recorda que David Neeleman chegou a negociar com transportadoras como a Lufthansa ou a United a venda da sua posição no consórcio privado da TAP, No entanto, refere o mesmo, a crise no setor devido à pandemia terá inviabilizado qualquer negócio.