A IATA apelou aos governos que acelerassem o alívio das restrições às viagens na medida em que a Covid-19 continua a evolui de uma fase pandémica para outra endémica. Deste modo, em comunicado, a associação internacional de transporte aéreo pede a remoção de todas as barreiras de viagem (incluindo quarentenas e testagem) para quem está totalmente vacinado; a autorização de viagens sem quarentena para os viajantes não vacinados que se façam acompanhar de um teste antigénio com resultado negativo feito antes da partida; a remoção de proibições de viagem e a aceleração do alívio de restrições reconhecendo que os viajantes não representam uma maior risco à propagação de Covid-19 do que aquele que já existe na população em geral.
“Com a experiência da variante ómicron, há cada vez mais provas e opiniões científicas que se opõem a fazer dos viajantes um alvo impondo restrições e proibições para controlar a propagação da Covid-19. As medidas não funcionaram. Hoje a ómicron está presente em todas as partes do mundo. É por isso que viajar, com muito poucas exceções, não aumenta o risco para as populações em geral. Os biliões gastos a testar viajantes teriam sido muito mais eficazes se fossem dirigidos para a distribuição de vacinas ou o reforço dos sistemas de saúde”, afirma Willie Walsh, diretor geral da IATA.
Na mesma nota, a IATA dá conta de um estudo recente publicado pela Oxera e pela Edge Health que demonstra o impacto extremamente limitado das restrições às viagens sobre o controlo da propagação da ómicron. O estudo concluiu que se as medidas adicionais do Reino Unido relativamente à ómicron n tivessem estado em vigor desde o início de novembro (antes da identificação da variante), o pico da vaga desta variante teria sido adiado em apenas cinco dias com menos 3% de casos.
Além disso, a ausência de medidas de testagem para os viajantes teria levado a que o pico acontecesse sete dias mais cedo com um aumento global de 8% nos casos.
Agora que a ómicron é dominante no Reino Unido, se todos os requisitos de testagem nas viagens fossem removidos não haveria qualquer impacto no número de casos ou hospitalizações por ómicron no Reino Unido, diz o estudo.
“Embora o estudo seja específico ao Reino Unido, é evidente que as restrições às viagens em qualquer parte do mundo tiveram pouco impacto na propagação da Covid-19, incluindo a variante ómicron. O Reino Unido, França e Suíça já o admitiam e estão entre os primeiros a começar a remover as medidas relativamente às viagens. Mais governos precisam de seguir as suas pegadas. Acelerar a remoção das restrições às viagens será um grande passo para viver com o vírus”, acrescentou Walsh.
Relativamente às proibições de viagens, na semana passada o Comité de Emergência da OMS confirmou a sua recomendação para “levantar ou aliviar proibições de tráfego internacional já que não acrescentam valor e continuam a contribuir para a tensão social e económica vivida pelos Estados. O fracasso das restrições às viagens introduzidas depois da deteção da variante ómicron para limitar a propagação internacional da ómicron demonstra a ineficácia de tais medidas”.