A IATA lançou o relatório relativo ao tráfego aéreo no segundo trimestre de 2023 e concluiu que o tráfego de passageiros aumentou 40,5%, ultrapassando ligeiramente a capacidade de assentos e sinalizando uma forte demanda sustentada por viagens aéreas em todo o setor.
Como as companhias aéreas continuaram a aumentar suas operações, a oferta de assentos, medida em assentos-quilómetros disponíveis (ASKs), também cresceu 34,8%. No segundo trimestre de 2023, os RPKs e ASKs em todo o setor foram de 12,4% e 13,1% abaixo dos níveis segundo trimestre de 2019, respetivamente. Isto reflete um progresso significativo em direção à recuperação total do segundo trimestre 2022, onde RPKs e ASKs ficaram 37,6% e 35,5% abaixo dos níveis pré-pandemia, respetivamente.
O fator de ocupação de passageiros aumentou em todas as regiões e atingiu níveis próximos aos pré-pandemia no segundo trimestre 2023, exceto África e América do Norte, onde o fator já tinha recuperado no ano passado.
Globalmente, o tráfego doméstico de passageiros alcançou a recuperação total neste trimestre, ficando 4,5% acima do 2.º trimestre de 2019. Esta evolução foi impulsionada pela resiliência dos principais mercados nacionais e pela forte recuperação da China, onde os fluxos de passageiros continuaram a aumentar desde o início deste ano e agora a exceder os níveis pré-pandémicos. Os RPKs domésticos na China foram 9,7% maiores neste trimestre, em comparação com o segundo trimestre de 2022.
Todos os mercados alcançaram uma recuperação total no segundo trimestre de 2023, exceto a Austrália e o Japão, onde os níveis de tráfego ficaram 0,9% e 0,3% abaixo dos níveis de 2019, respetivamente.
Já o total de RPKs internacionais atingiu 87,6% do segundo trimestre de 2019, um aumento de 7,9% face ao trimestre anterior. As companhias aéreas da Ásia-Pacífico lideraram o crescimento do tráfego internacional entre as regiões, com aumento de 156,2%, seguido por África com 44%.
No geral, a indústria restaurou 87,6% dos RPKs internacionais pré-covid. A América do Norte ultrapassou os níveis pré-pandemia em 1,6%, e as transportadoras do Médio Oriente ficaram apenas 0,6% abaixo da recuperação total.
O tráfego internacional dentro da Europa foi restaurado completamente, com RPKs iguais aos do segundo trimestre de 2019. Entre o Médio Oriente e a Ásia, os RPKs foram apenas 7,1% abaixo dos níveis pré-pandemia, contrastando fortemente com rotas concorrentes como a Europa – Ásia, que viu 33,5% menos tráfego em comparação com o 2.º trimestre de 2019, refletindo os desvios de tráfego causados pela guerra na Ucrânia.
No 2.º trimestre de 2023, o tráfego Premium recuperou à frente da economia no nível da indústria. O total de RPKs Premium ficou 8,1% abaixo dos níveis de 2019, enquanto a Economic ficou 12,7% abaixo.
O total de reservas futuras continua a indicar que a procura permanece resiliente, apesar dos atuais desafios económicos enfrentados pelas famílias e das tarifas elevadas devido aos elevados preços dos combustíveis de aviação e a uma taxa de inflação geralmente elevada. Consequentemente, o segundo trimestre de 2023 viu o
maior crescimento no tráfego de passageiros Origem-Destino, atingindo 96,6% dos níveis do mesmo período de 2019, um aumento de 21,7% nos níveis de recuperação em comparação com o segundo trimestre de 2022.
Desta forma, as perspetivas de curto prazo para a indústria global permanecem praticamente inalteradas, com o número total de passageiros a regressar aos níveis de 2019 no início de 2024 e duplicar até 2040.
Em junho de 2023, o Índice Global de Conectividade Aérea da IATA, que mede conectividade como capacidade regular de passageiros ponderada pelo tamanho económico relativo dos destinos, recuperou para 86% do seu nível pré-pandemia para conectividade internacional, um aumento de 22,7% face ao ano passado. Já a conectividade doméstica está atualmente em 97,1% do seu nível equivalente em 2019, tendo aumentado 9% nos últimos 12 meses.
Assim, a recuperação da conectividade é generalizada a todas as regiões, sendo África o país com melhor desempenho atualmente.
Por outro lado, a América Latina e as Caraíbas e as regiões do Médio Oriente seguem de perto com 101,8% e 100% dos seus respetivos níveis pré-covid.
Na América do Norte e na Europa, a conectividade internacional ainda está em 90% e 89% do nível de 2019. A Ásia-Pacífico continua atrás da recuperação nas outras regiões, atingindo modestos 73% dos níveis de 2019 em Junho.
A Ásia-Pacífico registou igualmente um forte aumento de 42% na conectividade aérea internacional durante o ano passado, sendo que nos últimos seis meses, a conectividade internacional da China aumentou 37%.