Em agosto de 2023, o setor do alojamento turístico atingiu os valores mensais mais altos de sempre, com 3,5 milhões de hóspedes e 10,1 milhões de dormidas, correspondendo a crescimentos de 4,8% e 1,4%, respetivamente, comparando com agosto de 2022 (+4,4% e +1,7% em julho, pela mesma ordem), segundo divulga hoje o INE. Face a agosto de 2019, registaram-se crescimentos de 6,3% nos hóspedes e 4,9% nas dormidas.
Dormidas aumentaram em todos os segmentos
As dormidas na hotelaria (79,8% do total) registaram um ligeiro aumento (+0,3%; +3,2% face a agosto de 2019).
As dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 14,9% do total) cresceram 6,8% (+6,0% face a agosto de 2019) e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 5,3%) aumentaram 4,4% (+33,8%, comparando com agosto de 2019).
Em agosto, 10,4% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (11,9% em julho).
Dormidas de residentes mantiveram trajetória decrescente
Em agosto, as dormidas de residentes mantiveram trajetória decrescente (-6,9%; -2,8% em julho), totalizando 3,5 milhões. Em contrapartida, o crescimento dos mercados externos acelerou (+6,4%, após +3,9% em julho), tendo sido registados 6,6 milhões de dormidas.
Face a agosto de 2019, observou-se um abrandamento do crescimento das dormidas de residentes (+0,9%, após +11,6% em julho), ao contrário do que se verificou nas dormidas de não residentes (+7,1%, após +5,1% em julho).
No período acumulado de janeiro a agosto de 2023, as dormidas aumentaram 12,0%, +2,4% nos residentes e +16,9% nos não residentes. Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas cresceram 8,9%, +10,0% nos residentes e +8,4% nos não residentes.
Estados Unidos e Canadá continuaram a destacar-se com os maiores crescimentos
Entre os 17 principais mercados emissores (88,6% do total de dormidas de não residentes), os Estados Unidos e o Canadá continuaram a destacar-se, registando os maiores crescimentos (+28,9% e +27,5%, respetivamente) face a agosto de 2022. Em sentido contrário, os mercados finlandês e espanhol registaram os maiores decréscimos nas dormidas (-10,4% e -4,3%, respetivamente).
Face a agosto de 2019, as dormidas de residentes no Reino Unido (17,5% do total das dormidas de não residentes em agosto) continuaram a crescer (+6,2%; +5,3% face a 2022).
O mercado espanhol (quota de 16,0%) registou um decréscimo de 5,4% nas dormidas, face a agosto de 2019, tendo mantido a segunda posição entre os principais mercados. O terceiro principal mercado foi o francês (11,8% do total), diminuindo ligeiramente face a 2019 (-0,7%; -3,7% face a 2022). O mercado alemão (quota de 9,0%) aumentou 9,3% comparando com 2019 (+4,9% face ao ano anterior).
Os mercados norte americano e canadiano continuaram a destacar-se, com crescimentos de 65,6% e 60,1%, respetivamente, face a 2019, enquanto os maiores decréscimos se observaram nas dormidas de hóspedes brasileiros (-19,3%), suecos (-13,8%) e finlandeses (-10,2%).
Algarve e RA Madeira com decréscimos de dormidas
Em agosto, o Algarve concentrou 31,3% das dormidas, seguido da AM Lisboa (21,2%) e do Norte (17,1%) . Os maiores crescimentos registaram-se no Norte (+5,4%), RA Açores (+4,5%) e Centro (+4,1%), tendo-se verificado decréscimos no Algarve (-1,9%) e na RA Madeira (-1,2%).
Comparando com agosto de 2019, o Algarve continuou a registar um decréscimo de dormidas (-7,9%; -6,2% em julho). Nas restantes regiões, mantiveram-se os crescimentos, com maior expressão no Norte (+22,7%), na RA Madeira (+16,5%) e na RA Açores (+14,1%).
Com exceção do Alentejo (+0,1%; +9,2% face a 2019), todas as restantes regiões registaram diminuições das dormidas de residentes, mais expressivas na RA Madeira (-17,1%; +25,1% comparando com 2019) e no Algarve (-13,7%; -14,3% face a 2019).
Todas as regiões registaram crescimentos das dormidas de não residentes face ao ano anterior, destacando-se o Centro (+12,6%; +10,0% face a 2019), o Alentejo (+12,3%; +2,4% comparando com 2019) e a RA Açores (+10,7%; +26,8% face a 2019). O Algarve continuou a ser a única região a decrescer face a 2019 (-4,2%).
Estada média diminuiu em todas as regiões, exceto na RA Açores
Em agosto, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,85 noites) diminuiu 3,2% (-2,6% em julho). Registaram-se decréscimos em todas as regiões, exceto na RA Açores (+0,4%).
A estada média dos residentes (2,50 noites) diminuiu 4,9% e a dos não residentes (3,08 noites) decresceu 3,1%.
Os valores mais elevados deste indicador verificaram-se na RA Madeira (5,01 noites) e no Algarve (4,43 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (2,01 noites) e no Norte (2,08 noites).
Taxas líquidas de ocupação continuaram a diminuir face a 2022
A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (66,6%) diminuiu 2,2 p.p. em agosto (-1,9 p.p. em julho), tendo ficado, pelo terceiro mês consecutivo, abaixo do valor observado em 2019 (-2,1 p.p.).
Em agosto, as taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se no Algarve (74,8%), na RA Madeira (74,3%) e na RA Açores (67,8%). Todas as regiões registaram reduções, que foram mais expressivas no Alentejo (-3,6 p.p.) e na AM Lisboa (-3,4 p.p.).
A taxa líquida de ocupação-quarto nos estabelecimentos de alojamento turístico (73,6%) diminuiu 1,3 p.p. (-1,4 p.p. em julho), mas ficou acima do valor observado em 2019 (+1,0 p.p.).