António Trindade, CEO do Grupo PortoBay Hotels & Resorts, reuniu na passada semana, no âmbito da BTL, um conjunto de parceiros de negócio e de jornalistas num jantar no PortoBay Liberdade, em Lisboa. Depois de dois anos de afastamento devido à pandemia, o empresário fez questão de sublinhar que um grupo sólido como o PortoBay “olha para 2021 não numa perspetiva anual mas dizendo que 2021 foram dois semestres porque, na realidade, experimentámos duas situações completamente diferentes. E disse mesmo que o segundo semestre do ano passado representou uma produção da parte do grupo hoteleiro “quase cinco vezes superior ao primeiro semestre”.
[blockquote style=”1″]o segundo semestre do ano passado representou uma produção da parte do grupo hoteleiro “quase cinco vezes superior ao primeiro semestre”.[/blockquote]
A existência de novas rotas aéreas, de novos operadores a posicionarem-se no mercado, de uma aproximação da cadeia hoteleira a diferentes segmentos e de novos segmentos geográficos a experienciarem Portugal leva a que o empresário se mostre animado com as perspetivas para este ano. “Manter o fluxo de crescimento do segundo semestre de 2021 gerará necessariamente um ano para o qual temos fortes expectativas”, frisa António Trindade. Expectativas estas que são sentidas pelo grupo mas também pelos seus clientes e fornecedores, confirma. “Vai ser um ano de afirmação, não só a nível de destinos turísticos – Madeira e Algarve – mas também com efeitos no Porto e em Lisboa, onde sentimos uma recuperação muito interessante”, acrescenta o gestor. O CEO do PortoBay Hotels & Resorts explica que estes sinais de retoma são mais evidentes no Porto pois aqui se verificou um maior aumento do tráfego aéreo e beneficia do fenómeno da proximidade ibérica. “Mas os números das últimas semanas em Lisboa têm sido francamente positivos”, garante, assumindo que “estamos muito esperançados em relação a 2022”.
[blockquote style=”1″]”Vai ser um ano de afirmação, não só a nível de destinos turísticos – Madeira e Algarve – mas também com efeitos no Porto e em Lisboa, onde sentimos uma recuperação muito interessante”[/blockquote]
Quanto a possíveis impactos do conflito entre a Ucrânia e a Rússia, António Trindade não descarta a preocupação mas assegura que, até ao momento, “não tem havido cancelamentos, não tem havido redução de reservas”, dizendo mesmo que “o fluxo de reservas para este ano é superior inclusivamente ao de 2019”. E no que se refere a atualizações de preços, o empresário afirma que “a oferta está a ter consciência de que as situações não se podem alterar de um dia para o outro”, e adianta que “a diferenciação far-se-á não só peço preço”. Considera por isso muito importante que “cada empresário, cada hoteleiro saiba manifestar a diferenciação que pode encontrar em cada uma das suas regiões para, marcando a diferença, poder aplicar a atualização de preços que seja necessária”.
[blockquote style=”1″]até ao momento, “não tem havido cancelamentos, não tem havido redução de reservas”, dizendo mesmo que “o fluxo de reservas para este ano é superior inclusivamente ao de 2019″[/blockquote]
António Trindade esclarece ainda que a inflação dos custos não terá necessariamente de determinar uma inflação nas vendas, até porque o grande custo na gestão é o custo salarial, e este não estará inflacionado, sendo sobretudo as matérias-primas, nomeadamente comidas e bebidas, que representam entre 25% a 30% da receita, que sentirão o impacto. “Não empolemos em demasia as inflações de custos”, pede o gestor, dizendo que tal justificaria um ambiente no qual todos iriam querer projetar esse aumento nos preços de venda, e que isso traria “problemas acrescidos”.