A Ambitur.pt procurou saber junto das autarquias, de Norte a Sul do país, quais as perspetivas e planos para a retoma da atividade turística pós Covid-19. A Câmara Municipal (CM) de Silves tomou “medidas imediatas” para atenuar os efeitos da pandemia no setor turístico e hoteleiro e a presidente, Rosa Palma, acredita que para que a região recupera é necessário criar, em conjunto, um “Algarve Seguro”.
A autarca prevê, à Ambitur.pt, uma retoma turística “gradual”, apesar de já se começarem a sentir “algumas dinâmicas ténues”, e na sua perspetiva a retoma poderá ser feita por “setores turísticos habitualmente menos explorados” como o turismo de natureza, vivências próximas com os locais, através da Rota da Laranja, e o golfe, uma vez que “o nosso território é maioritariamente rural”.
Efetivamente, a retoma de fluxos turísticos ao nível da pré-pandemia “afigura-se demorada” e dependente de dois fatores determinantes: a descoberta de tratamento ou vacina, prevista apenas no próximo ano, e a “aplicação de um vasto e poderoso programa de recuperação económica a partir do Governo e da UE”. Rosa Palma admite que “as autarquias apenas poderão mitigar ligeiramente o problema, tal a sua magnitude”. Depois, a retoma depende também dos desenvolvimentos a nível nacional e internacional, do ritmo de recuperação do PIB e dos níveis de confiança dos diferentes agentes económicos.
Silves tomou “medidas imediatas”
No entender da presidente da CM de Silves, a autarquia “tomou medidas imediatas”, como prova o facto de Silves ter sido “o primeiro município do Algarve a isentar as taxas das esplanadas até ao final do ano”. Além disso, “deferimos no tempo o pagamento da água” e “isentámos as rendas das concessões” também até ao final do ano. Os transportes públicos mantiveram-se gratuitos durante o período de confinamento.
De momento, a autarquia “avalia a implementação de uma campanha de promoção de apoio ao comércio local” que visa apoiar os comerciantes que não dispõem de plataformas de venda online e “promover regras de etiqueta social recomendadas pela Direção-Geral de Saúde [DGS]”.
“Criar um Algarve seguro”
Rosa Palma afirma não poder ignorar que “o Algarve vive do turismo” e por isso há que “criar, em conjunto, um Algarve seguro”, o que não depende apenas da responsabilidade dos residentes como também “da responsabilidade dos que nos visitam”. Os “desafios são extremamente complexos” como o caso do “acesso e frequência das praias” durante a época balnear do verão e das “restrições ao funcionamento da restauração e da hotelaria” que, embora necessárias, são um travão à recuperação”.