No Boletim Económico de outubro, o Banco de Portugal mantém a previsão de crescimento de 4,8% da economia portuguesa em 2021, aproximando-se do nível pré-pandemia no final do ano. Contudo, a despesa em serviços permanece abaixo do período pré-pandémico, dada a persistência de comportamentos de precaução, a recuperação lenta do turismo e um maior recurso ao teletrabalho.
O Banco de Portugal salienta que as exportações de serviços continuam condicionadas pelo impacto da pandemia em 2021, crescendo 7%, após uma redução de 37,2% no ano anterior. Prevê-se que, no final do ano, as exportações de serviços se situem cerca de 20% abaixo dos valores pré-pandemia.
Em particular, as exportações de turismo caíram 34% no primeiro trimestre devido à vaga de infeções de janeiro/fevereiro e a recuperação nos meses seguintes foi condicionada pela persistência deste efeito. No final do semestre, as exportações de turismo correspondiam a cerca de 30% do nível pré-pandemia.
Ao longo do segundo semestre antecipa-se uma recuperação forte das exportações de serviços, em particular de turismo e serviços relacionados, refletindo o alívio das restrições às viagens internacionais, mas cujo efeito na balança de serviços não deverá ser notório em 2021.
No mercado de trabalho, projeta-se que o emprego aumente 2,6% e a taxa de desemprego se reduza para 6,8% em 2021 (7% em 2020), beneficiando da recuperação dos serviços mais intensivos em trabalho.