Hoje terminamos a rubrica “Uma carreira na Hotelaria”, onde procurámos dar a conhecer os percursos dos profissionais que se dedicaram ao setor hoteleiro. E concluímos com Nuno Godinho, diretor da Pousada do Porto – Rua das Flores, no Pestana Hotel Group.
Nuno Reis Godinho nasceu a 26 de janeiro de 1982 na Sé-Nova, em Coimbra. Até aos 16 anos, viveu com os pais e o irmão em Vila Flor, uma pequena aldeia com cerca de 40 a 50 habitantes, no concelho de Miranda do Corvo. O hoteleiro recorda que a família era humilde e trabalhadora, mas sempre proporcionou aos dois filhos as melhores condições para que fossem bem-sucedidos. Quando chegou a altura de escolher a formação superior, ingressou na Escola de Hotelaria e Turismo e foi viver para Coimbra, para casa da avó paterna que, assume, “foi a minha maior inspiração para abraçar esta carreira”.
Nuno Godinho explica que, quando chegou ao 9º de escolaridade, e embora a primeira decisão tenha sido concorrer ao curso de Cozinha e Pastelaria, acabou por continuar os estudos na área científico-natural do 10º ano. Por isso, só mais tarde ingressou na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, no curso de Cozinha e Pastelaria, onde esteve durante três anos. Após esse período, o profissional reconhece que a vontade de começar a trabalhar era grande, mas optou por prosseguir com os estudos na área de gestão hoteleira, que concluiu em 2004. Desde então, Nuno Godinho garante que o investimento em formação não parou. Além das várias formações executivas em instituições como a AESE Business School (Master in Leadership and Management) e a Católica Lisbon School of Business and Economics (Management Insights in Hospitality), iniciou também a licenciatura em Turismo em Espaços Rurais e Naturais e, este ano, vai apostar num MBA. Isto porque considera a formação contínua bastante importante pois “além de nos mantermos atualizados e informados sobre novas tendências de mercado, permite-nos criar networking com outros profissionais, conhecendo também outras experiências e partilhando conhecimento”.
Como e quando iniciou a sua carreira na Hotelaria – quais os primeiros passos?
Decorria o ano de 1999, quando tomei a decisão de me inscrever na Escola de Hotelaria de Coimbra. Quando terminei o meu curso de Gestão Hoteleira iniciei o meu percurso profissional com um estágio de Assistente de Direção no Pestana Hotel Group, na Pousada Castelo Óbidos. Terminado o estágio, foi-me proposto continuar como Night Auditor na Pousada Palácio Queluz, função que desempenhei durante aproximadamente dois anos.
O que o apaixona no setor hoteleiro e ainda hoje o faz continuar a querer estar nesta indústria?
O que mais me apaixona no setor hoteleiro são as pessoas. Os colaboradores e os clientes são os principais ingredientes do setor e as duas razões pelas quais continuo a querer trabalhar nesta indústria. Por um lado, considero que é muito importante liderar de forma a transformar um conjunto de pessoas numa verdadeira equipa, na qual o foco e os objetivos têm de estar totalmente alinhados. Por outro lado, é preciso exceder as expetativas dos clientes, tornar sonhos realidade e surpreender cada hóspede. E é esta simbiose que, desde o primeiro dia, desde o primeiro cliente, tanto me apaixona e me faz querer continuar.
A chegada ao atual grupo deu-se quando e como? E qual tem sido o seu percurso dentro deste grupo hoteleiro até aos dias de hoje?
Entrei no grupo Pestana em junho de 2004, na Pousada Castelo Óbidos, para fazer o estágio de final de curso. Após concluir o estágio propuseram-me continuar a trabalhar no Pestana Hotel Group, na Pousada Palácio Queluz, como Night-Auditor, funções que desempenhei durante aproximadamente dois anos. Em 2007, fui convidado a assumir a função de Subchefe de Receção na Pousada Convento Arraiolos, tendo também desempenhado outras funções nas restantes Pousadas no Alentejo. Em 2009, fui designado Subdiretor da Pousada Viseu e, dois anos depois, assumi a direção da Pousada Mosteiro do Crato. Em 2016, tenho a minha primeira experiência profissional internacional no Pestana Kruger Lodge, na África do Sul, o que foi muito gratificante. No ano seguinte, assumo a direção da Pousada Castelo Óbidos e faço a abertura de duas novas pousadas em Óbidos: Pousada Vila de Óbidos e Casa Lidador. No final de 2019, abracei um novo desafio profissional, deixando o Pestana Hotel Group. Mas no ano passado, regressei ao Grupo para assumir a gestão da nova Pousada Porto – Rua das Flores.
Como define as suas funções dentro do grupo atualmente? E que tipo de gestão procura fazer em termos de equipa?
Considero-me um gestor de proximidade. Acompanho diariamente toda a operação da Pousada Porto – Rua das Flores com os diferentes departamentos, para assegurar que toda a gestão decorre dentro das expetativas. Acredito que esta rotina, que passa por estar muito próximo dos colaboradores no seu dia-a-dia, ajuda a fomentar o espírito de equipa.
Quais os momentos que o marcaram mais ao longo do seu percurso profissional – os mais positivos, que mais contribuíram para o seu progresso profissional; e os menos positivos, que mais dificultaram a sua tarefa?
Ao longo destes quase 20 anos de carreira, destaco, positivamente, todos os momentos que culminaram com a progressão dos colaboradores das minhas equipas. Identificar potencial, desenvolvê-lo e depois agregar valor, são e serão sempre os momentos mais gratificantes. O momento menos positivo foi o período da pandemia, por razões óbvias.
Quais os principais desafios que profissionalmente tem pela frente este ano?
O grande desafio deste ano passa por consolidar a Pousada Porto – Rua das Flores. Por um lado, consolidá-la dentro da oferta hoteleira do Porto e do país, como uma unidade hoteleira premium, com elevados níveis de excelência e qualidade. Por outro lado, continuar a consolidar e fortalecer as nossas equipas, através de um acompanhamento próximo e permanente.