Procuramos dar-lhe a conhecer melhor quem trabalha no setor da hotelaria e aqui faz a sua carreira. Hoje estamos a conversar com Vera Cordeiro, diretora de serviço nos Lux Hotels.
Vera Cordeiro nasceu em Lisboa, na Maternidade Alfredo da Costa, a 2 de dezembro de 1974. Tem memórias de uma infância tranquila, com os pais, e dos encontros familiares, feitos com muita regularidade. E explica que, por ser filha única, adorava estar com os primos. A profissional é licenciada em Gestão Turística e Hoteleira, uma opção feita pois afirma querer “aprender uma gestão de empresas diferenciada”.
Como e quando iniciou a sua carreira na Hotelaria – quais os primeiros passos?
Assim que terminei a licenciatura em Gestão Turística e Hoteleira, em 1998, comecei a trabalhar de imediato. Iniciei-me como assistente do departamento comercial e secretária das diretoras de vendas do Continental Group (na altura, o grupo era composto por unidades com marcas internacionais como a Holiday Inn e a Radisson SAS, tendo grupo adquirido a gestão de unidades da Choice Hotels em Portugal). Há 25 anos fazia sentido aquela estrutura no departamento e muitos dos assuntos, antes de chegarem às diretoras, passavam por mim. Como sempre fui curiosa, questionava as minhas diretoras, tinha sempre o “Why?” na cabeça. Aprendi muito.
Ainda no mesmo grupo, e passado um ano, iniciei-me como promotora de vendas com a responsabilidade da contratação internacional.
O que a apaixona no setor hoteleiro e ainda hoje a faz continuar a querer estar nesta indústria?
As pessoas. Adoro fazer com que as pessoas se sintam bem. Gosto de proporcionar bons momentos, boas experiências, de criar memórias. Adoro o ritmo da atividade. E com o crescimento profissional, a gestão de um hotel, é algo que me completa profissionalmente. Sinto-me “como peixe na água”. Adoro fazer aberturas de hotéis. Atualmente, o meu fascínio pela atividade é cada vez maior!
A chegada ao atual grupo deu-se quando e como?
O grupo Lux Hotels sofreu uma reestruturação, e havia a necessidade de contratar pessoas com background e know how forte em hotelaria para cada um dos hotéis. E foi assim que surgiu a oportunidade. Eu estou alocada ao Lux Lisboa Park, um hotel com 96 quartos, um auditório para 300 pessoas, rooftop bar, piscina aquecida durante todo o ano e um deck exterior magnífico com um maravilhoso jardim vertical. O grupo está em expansão e existem imensos desafios.
E qual tem sido o seu percurso dentro deste grupo hoteleiro até aos dias de hoje?
Bem, o percurso ainda é relativamente curto, dado que iniciei funções em janeiro deste ano. No entanto, como a Administração e a Direção Geral confiam em mim, no meu trabalho e nas minhas decisões, já me orgulho de ter iniciado projetos onde estou inserida e que vou fechar, seguramente, antes do verão. A minha cabeça está sempre a pensar no que podemos melhorar, considerando os objetivos da empresa.
Como define as suas funções dentro do grupo atualmente? E que tipo de gestão procura fazer em termos de equipa?
Acabo por ser a número 2 do hotel, dado que a diretora geral é transversal a todo o grupo. Procuro sempre uma gestão de processos partilhados, comportamental, com tempo disponível para as pessoas, que ensine o que aprendi, que dê soluções, que inove processos e que esteja focada em resultados. Estou sempre atenta às alterações de mercado e à concorrência, direta e indireta, sendo a visão estratégica um elemento-chave para tudo o que mencionei. As equipas têm de ser envolvidas nas estratégias do hotel, para que se sintam como parte integrante do projeto e, assim, poderem ajudar a concretizar os objetivos da empresa.
Quais os momentos que a marcaram mais ao longo do seu percurso profissional – os mais positivos, que mais contribuíram para o seu progresso profissional; e os menos positivos, que mais dificultaram a sua tarefa?
Todos hotéis/grupos por onde passei me fizeram crescer e desenvolver as minhas capacidades profissionais. As cadeias internacionais hoteleiras (InterContinental, Radisson, Choice Hotels, Marriott e Corinthia) tiveram um contributo enorme e fundamental para esta minha evolução, quer ao nível da gestão, quer ao nível da estratégia e operação.
O grupo The Beautique Hotels também foi relevante, pois foi onde geri três equipas, de três diferentes hotéis, e tive a oportunidade de abrir uma unidade hoteleira de raiz.
A minha carreira profissional teve, até à data, três grandes impulsos. O primeiro, ainda na área das vendas & marketing, foi quando saí das grandes cadeias hoteleiras internacionais, nomeadamente da Marriott, para o Corinthia, pois na altura, esta marca era uma cadeia internacional de dimensão reduzida, e que estava ainda a crescer na Europa. O segundo impulso, foi quando tive a oportunidade, ainda no Corinthia, de passar da área das vendas & marketing para a área operacional. Foi o resultado de muito esforço e horas de trabalho, mas, felizmente, com resultados. Passei de uma equipa de três pessoas para passar a liderar uma com cerca de 70 pessoas. Na altura, tinha o maior departamento operacional do hotel. Cresci, não apenas pela responsabilidade da equipa, mas também porque passei a fazer parte da Direção deste hotel. Outro grande impulso foi gerir os The Beautique Hotels, um grupo de hotéis boutique na baixa pombalina, que era um projeto familiar, onde eu tive de implementar uma gestão, estratégia e procedimentos feitos à medida destas unidades.
Confesso que o mais desafiante continua a ser fazer a gestão em grupos mais familiares/locais. No entanto, os mesmos fazem com que, mais uma vez, possa crescer, pois tenho de adequar o que apreendi a cada uma das estruturas organizacionais por onde passo.
Quais os principais desafios que profissionalmente tem pela frente este ano?
Os desafios estão relacionados com a reestruturação de grupo no qual estou neste momento. E estou em crer que, fazendo parte do grupo de gestão (direção), possa desenvolver uma função com ainda maior responsabilidade.