“Turismo: A reinvenção de um setor” foi o tema em debate, na manhã desta sexta-feira, no ciclo de conferências “E AGORA?”, promovidas pela Nova School of Business & Economics (Nova SBE).
A retoma do setor aéreo é talvez aquilo que é mais desejado neste começo até porque “95% dos turistas chegam de avião a Portugal”. A indicação é dada por Thierry Ligonnière, da VINCI Airports, que reforça o “empenho” que está a ser feito para a retoma da atividade aérea e do setor turístico. No entanto, e desde sempre, a prioridade centra-se na “saúde” de todos. Foi com entusiasmo que a VINCI Airports “acolheu os delineamentos transmitidos pela Comissão Europeia (CE)” para retomar de “forma segura” o transporte aéreo na União Europeia. De acordo com essas diretrizes, “não há razão para limitar as viagens entre regiões e países, desde que a situação epidemiológica seja idêntica” e a “segurança esteja garantida” em todas as viagens. “Uma abordagem racional e equilibrada” que, certamente, “permitirá uma retoma rápida e segura”, considera.
Embora os sinais sejam “progressivos”, Thierry Ligonnière atenta que a retoma tem de ser gerida a nível europeu: “Cada país é soberano nestas matérias mas a coordenação ao nível europeu é fundamental. Senão, o risco é continuarmos na confusão e na incerteza”, diz. Neste momento, os estudos demonstram que os passageiros estão mais confiantes “na nossa organização”, no que se refere à gestão de segurança e higienização, do que na “incerteza das regras locais aplicáveis. Hoje, um alemão que quer passar férias nos Açores ou na Madeira via Lisboa tem que saber se as fronteiras vão estar abertas, se há transporte, quais as medidas de confinamento em ambos os países, sabendo que estas regras mudam regularmente”, explica o responsável, sublinhando que é fundamental “sermos mais simples” e, para isso, “garantir estabilidade e coordenação de resposta a nível europeu”.
ANA Aeroportos vai adquirir o “Clean & Safe”
A operar 45 aeroportos no mundo, a VINCI Airports está a trabalhar em conformidade com todas as entidades ou parceiros do setor no sentido de coordenação das respostas nos diferentes países. Ao nível das medidas de segurança sanitária, Thierry Ligonnière sublinha que “todos os aeroportos portugueses estão prontos para retoma da atividade”, destacando que “hoje temos voos para as principais capitais europeias”. Além disso, estas medidas têm sido reforçadas constantemente: “Os aeroportos de Portugal estão na linha da frente na Europa”. À VINCI Airports, cabe o papel para o posicionamento de segurança sanitária do país no contexto europeu: “Toda a cadeia logística tem que ser mobilizada para transmitir segurança aos passageiros”. Ainda em matérias de segurança sanitária, o responsável anuncia que, em breve, a “ANA estará com o ´Clean & Safe´”, reforçando assim a “visibilidade” ao nível nacional e internacional: “Vai dar uma vantagem a Portugal para a retoma do turismo”.
“Podemos esperar uma retoma na ordem dos 50% em agosto ou setembro”
Questionado sobre a preparação do aeroporto de Lisboa em receber fluxos de passageiros, o responsável diz que “todas as medidas de segurança já estão implementadas”, permitindo à infraestrutura receber e estar preparada para esses fluxos. Em contacto diário e muito próximo com as companhias aéreas, Thierry Ligonnière afirma que a retoma será progressiva até ao fim do ano: “Não vamos chegar aos números de 2019 mas podemos esperar uma retoma na ordem dos 50% em agosto ou setembro”.