A HomeAway, plataforma especialista em alojamentos para férias, em parceria com o Centro de Investigação em Comunicação Aplicada e Novas Tecnologias (CICANT) da Universidade Lusófona, acaba de revelar o primeiro Barómetro que tem como principal objetivo dar a conhecer o perfil do viajante português que privilegia um alojamento local para desfrutar das suas férias.
Pioneiro em Portugal, este estudo visa fornecer uma radiografia precisa sobre os hábitos e costumes do utilizador desta modalidade de alojamento turístico, bem como divulgar dados fiáveis que irão ajudar a compreender melhor as especificidades deste setor.
Entre as principais conclusões do Barómetro, destaca-se que, cerca de 1,7 milhões de viajantes, residentes em Portugal, com idades compreendidas entre os 18 e 65 anos terão ficado hospedados, pelo menos uma vez, num alojamento local, sendo que a maioria dos inquiridos (83%) utilizou esta opção de estadia entre 1 a 4 vezes, durante o período de análise do estudo.
Segundo Juan Carlos Fernandez, diretor regional da HomeAway para a Europa do Sul, “O primeiro Barómetro do Alojamento Local em Portugal oferece uma análise do perfil do utilizador de plataformas especializadas em alojamento local, tendo por objetivo analisar a evolução de todos os aspetos que caracterizam esta modalidade de alojamento. A HomeAway deseja contribuir para o esclarecimento de tendências num setor em constante transformação como o do Alojamento Local, uma atividade a cada dia mais próspera para o Turismo e para a Economia Portuguesa”. O estudo revela também que em comparação com outros tipos de acomodações mais tradicionais (hotéis, alojamento rural, etc…) a preferência pelo alojamento local está relacionada com os fatores preço, localização e comodidade.
Mafalda Patuleia, diretora do Departamento de Turismo da Universidade Lusófona, assinala que: “A Universidade Lusófona e o seu Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias (CICANT) coordenaram a preparação deste Barómetro do Alojamento Local em Portugal (BAL) em ordem a facilitar a melhor compreensão da importância crescente deste tipo de alojamento no nosso país, e a promoção, em geral, do conhecimento sobre o turismo no seu todo, enquanto atividade, cada vez mais, essencial do desenvolvimento social e económico de Portugal.”
Famílias — Os principais utilizadores do Alojamento Local
Os principais utilizadores da modalidade de alojamento local são as Famílias com 41,30%, em seguida Casais (34,90%) e grupos de Amigos (18,5%). Neste contexto, verifica-se ainda que as estadias têm uma duração até 7 dias e o número médio de turistas presentes no alojamento é de 3,88. Importa referir que o apartamento foi o tipo de alojamento preferido pelos viajantes (42,7%).
Os resultados do estudo de mercado realizado pela Universidade Lusófona demonstram que os viajantes portugueses preferem o alojamento local para estadias mais longas, assim como os destinos nacionais, sendo que as regiões do Algarve (27,1%), Norte (24,5%) e Centro (21,1%) completam o top 3 das preferências lusas.
Gastos Diretos e Indiretos
As questões orçamentais são sempre um dos pontos-chave para compreender o perfil dos consumidores de qualquer serviço, e isso é também evidente no caso do alojamento. Os dados mais relevantes dizem respeito à média de gastos despendida apenas com a estadia no alojamento e que ascende aos 354,17 €. Quando analisados os gastos realizados com a restante experiência de férias (gastos em alimentação, entretenimento, deslocações, etc…excluindo o alojamento), o valor ascende a uma média ponderada de 383,11 €, o que implica um gasto direto no comércio local, durante a estadia, e um impacto positivo na economia nacional.
Com base no número de hóspedes estimados pelo INE, e a taxa de crescimento de 18%, estima-se que os gastos totais associados ao Alojamento Local, em 2018, terão um impacto económico de cerca de 411.919.000 €, dos quais 278.276.000 € foram gastos durante a estadia e 133.643.000 € se destinaram às despesas resultantes da reserva do alojamento.
Assim, estima-se que os valores médios totais por estadia, por pessoa, são de 737€, o que engloba os gastos médios com a reserva do alojamento local (354,17€), ficando o restante atribuído a outras despesas (383,11€) como alimentação, eventos culturais ou transportes no local. Atendendo à estadia média, estes valores correspondem a um valor diário de 76€ em alojamento e 159€ noutras despesas, o que perfaz um total diário da estadia de 235€.
Tendo em conta o somatório dos benefícios diretos e indiretos, o peso do Alojamento Local no Turismo e na Economia Portuguesa é inegável. Trata-se de uma atividade que se encontra em franco crescimento e é ainda responsável pela criação e manutenção de postos de trabalho, pela valorização imobiliária e recuperação urbana, pela geração de valor para as autarquias através da taxa turística, assim como pelo seu forte contributo para o aumento sustentado da oferta turística da marca/país Portugal. Exemplo deste último argumento foram os recentes prémios atribuídos pelos World Travel Awards que distinguiram Portugal como o “Melhor Destino do Mundo”, pelo segundo ano consecutivo.