A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) prepara o seu 45.º Congresso, agendado de 14 a 17 de novembro, na Madeira, e ontem foi o momento de apresentar o logótipo e o tema do evento: “Turismo – Opções Estratégicas”. Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, assegura que este será mais um grande Congresso “numa região perfeita, num momento único, com os amigos certos”, a Associação de Promoção da Madeira.
O presidente da APAVT começa por afirmar que “a região da Madeira é provavelmente a região perfeita para acolher um Congresso da APAVT” e justifica-o “pelos números expressivos da atividade turística na região, pelo seu peso no PIB da região e pela importância do mercado interno”. Além disso, a Madeira volta a ser considerada “Melhor Destino Insular na Europa”, pela 6.ª vez, nos World Travel Awards.
Roberto Santa Clara, diretor executivo da Associação de Promoção da Madeira, prestes a deixar o cargo, relembra que “a estratégia parecia mais ou menos simples, era trabalhar a distribuição nacional e com o mercado português” mas “fomos apelidados de loucos e diziam que tínhamos de olhar para os outros mercados”. No entanto, “provámos que era possível e crescemos a dois dígitos”.
A campanha da Associação de Promoção da Madeira afirma que “Este é o ano para ir à Madeira!” e o responsável atenta que a APAVT seguiu este mote à letra, levando para lá o seu Congresso. “Será um ano especial para nós, a mudança de ciclo vem um pouco mais cedo para a Madeira, e portanto será um Congresso que nos vai obrigar a pensar e a repensar”, sustenta.
O Congresso tem lugar na “região perfeita” e num “momento único” em que, segundo Pedro Costa Ferreira, se intersetam três importantes realidades:
Final de ciclo turístico
O responsável recorda que “a APAVT foi a primeira a falar de final de ciclo” e que “sempre achámos que era mais importante o modo como saímos de um ciclo e o modo como íamos à procura de um novo ciclo do que propriamente termos uma quebra de ciclo”. Para Pedro Costa Ferreira, “no nosso país não se pode falar do que quer que seja sem ser para elogiar, sem ser para apoiar, e às vezes para esconder” mas a verdade é que “um ano depois todos os grandes players nacionais e internacionais que estão em Portugal falam que quebrámos um ciclo”.
Desafios: Aeroportos e os recursos humanos
Colocam-se também uma “série de desafios tremendos” que marcam o início de um novo ciclo no turismo. Em primeiro lugar, as questões aeroportuárias: “Não é só o aeroporto de Lisboa, o aeroporto do Funchal tem particularidades difíceis de vencer, o aeroporto do Algarve tem especificidades para as quais também temos de encontrar soluções, e nos Açores também temos uma realidade de transporte aéreo que não é a 8.ª maravilha do mundo”, defende o presidente da APAVT.
Depois, “hoje é unânime em todos os players” o problema dos recursos humanos e de qualidade de serviço nas atividades turísticas pois “houve atividades que souberam melhor aumentar o preço do que melhorar a qualidade”, um problema de “mobilidade turística nas grandes cidades” e a necessidade de integrar mais território e cultura no Turismo.
Mudança de legislatura
Para concluir, estamos num momento de mudança de legislatura, “que é sempre uma oportunidade fantástica de voltarmos à casa de partida, sem ideias pré-concebidas e efeitos perversos” para olhar e preparar o futuro.
Pedro Costa Ferreira resume que “por todas estas razões, o tema do Congresso deste ano só podia ser um: «Opções Estratégicas»”, avançando que a abrir o Congresso estará o dean da Nova School of Business and Economics (Nova SBE), Daniel Traça, para debater os desafios macroeconómicos dos próximos anos. Outro orador confirmado é Johnson Semedo (Academia Johnson). Está também a ser feito um estudo sobre a nova abordagem estratégica do turismo para Portugal, que será a base de toda a discussão do tema central.
Pela primeira vez, as inscrições para o evento conheceram um período apenas para os associados da APAVT e terminado esse período (ontem) “quase que estamos a bater mais um recorde de representatividade” esperando-se ultrapassar a cifra dos 600 participantes.