A região do Porto e Norte acolheu o 48º Congresso da APAVT, entre 30 de novembro e 2 de dezembro, mais concretamente na Alfândega do Porto. Luís Pedro Martins, presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, fez questão de abordar a temática deste evento – “Inteligência Artificial, a Revolução do século XXI” – frisando que a região já iniciou este caminho de transformação no sentido de se afirmar como Wise Destination, aproveitando “a tecnologia e a inovação para gerar eficiência e conveniência” mas também promovendo “uma abordagem mais ampla e holística que integra a sustentabilidade nesta equação”.
Neste processo, são alguns os projetos lançados pelo Porto e Norte, nomeadamente a adesão ao movimento para a sustentabilidade, sendo que, num período de dois anos, Luís Pedro Martins afirma que estará em condições de anunciar o processo de certificação do destino. Trata-se de um caminho longo, conforme explicou, mas certamente “mais verdadeiro” no sentido de “combater de forma muito eficaz qualquer tentativa de greenwashing que, mais tarde, nos poderá fazer pagar caro por este pecado de certificar por certificar”.
Em dezembro, a região apresentará outro projeto, um marketplace de experiências turísticas, que estará disponível a partir de 9 de janeiro de 2024. Trata-se de um “ecossistema que objetiva a melhoria da maturidade digital, maior visibilidade e receita que resultam da comercialização de experiências mais autênticas, especialmente nos territórios de baixa densidade”, revelou o presidente da ERT Porto e Norte.
“No Porto e Norte sabemos bem qual a nossa responsabilidade e portanto desenhámos já o nosso caminho mas não vamos percorrê-lo sozinhos”
“No Porto e Norte sabemos bem qual a nossa responsabilidade e portanto desenhámos já o nosso caminho mas não vamos percorrê-lo sozinhos”, adiantou o orador, chamando a atenção, por exemplo, para projetos que visem suportar a visão de longo prazo desenhada com a CCDR Norte e o Turismo de Portugal no horizonte 2030 e que permitirão capacitar, apoiar a decisão e operar a mudança das empresas e dos decisores políticos”. A região preparou já a sua estratégia 24-30, com um “olhar bem nítido sobre a nossa visão de futuro”.
“a inovação e a digitalização na comercialização e acolhimento serão chave para que possamos oferecer experiências personalizadas, eficientes e em tempo real”
Luís Pedro Martins sublinhou assim que “a inovação e a digitalização na comercialização e acolhimento serão chave para que possamos oferecer experiências personalizadas, eficientes e em tempo real”. E garantiu estarem já identificados projetos que integram tecnologia para aumentar a eficiência da gestão do destino e que incorporem a tecnologia no sentido de contribuir para a polaridade geral da experiência do destino, integrando soluções digitais para a monitorização da saúde dos visitantes epara uma comunicação eficaz em situações de emergência.
Por outro lado, há que tirar partido da tecnologia e moldar assim a promoção turística do Porto e Norte de Portugal, salientou o responsável, isso através da imersão no destino e da personalização do marketing, “não só por via da inovação dos instrumentos de comunicação mas também pela utilização da análise de dados para compreender as preferências da procura, criando deste modo campanhas de marketing altamente personalizadas onde, aí sim, seremos capazes de segmentar a procura em grupos específicos com características semelhantes e assim desenhar os tais produtos altamente personalizados”.
Prosseguiu ainda dizendo que, “como não entendemos a gestão e marketing sem conhecimento, colocámos como prioridade a monitorização de dados avançada, a recolha e análise de dados em tempo real e a utilização da inteligência artificial para prever tendências de turismo e otimizar e alocar recursos”.
Luís Pedro Martins não tem dúvidas de que o sucesso das organizações de turismo passará pela capacidade de “abraçarem as tendências, integrarem soluções e promoverem a colaboração das partes interessadas com o fim último de respeitar e proteger o elemento central do turismo, as pessoas, as que viajam mas também as que recebem e residem”.
O presidente da ERT Porto e Norte terminou o seu discurso da sessão de abertura deixando ainda um apelo a que o próximo Governo perceba que “é urgente renovar os nossos orçamentos, pois podemos fazer ainda mais e melhor”. E sublinhou a importância de continuar a acreditar nas regiões, que têm provado “ser marcas muito fortes de atração para o nosso território e que, por isso, está na hora de terem mais autonomia administrativa”.
Por Inês Gromicho