O mercado das viagens em Portugal está a assistir a um “boom”. São várias as empresas do setor que o referem e denotam os crescimentos contínuos desde a pandemia, suportados por um aumento de viagens compradas, assim como um aumento do preço médio. Para Luís Henriques, diretor-geral da Airmet, “quanto mais oferta se coloca no mercado, mais se vende”. Um das empresas que está a aproveitar a situação é precisamente a Airmet que regista um número de novos balcões associados de 33%, em menos de um ano. Hoje a Airmet conta com 419 pontos de venda, face a 315, em março do último ano, quase a atingir as 340 sedes. Se o crescimento se mantiver a este ritmo em breve a marca poderá liderar a distribuição de viagens em Portugal, mas o responsável, apesar de confirmar essa ambição, não aponta objetivos concretos a curto prazo.
Para Luís Henriques, 2023 foi um ano entusiasmante para a Airmet. “Um ano de crescimento enorme. No final de março tínhamos 315, agora estamos com 419, quase a tocar nas 340 sedes. Tivemos algumas saídas, mas continuamos a melhorar muito o nível de retenção de agências”, complementa. Explica o responsável, em declarações à imprensa turística, que “devido ao crescimento registado, não estamos em condições de colocar metas objetivas, mas gostaríamos de ser líderes em balcões de venda, é para isso que trabalhamos. Em dois anos crescemos em 200 lojas”. Destaca Luís Henriques que este é um crescimento avassalador e que, sendo assim, o mais importante hoje é sustentar a rede, no entanto, afiança, “estamos hoje mais bem preparados para encarar essa liderança. Temos hoje uma equipa muito mais sólida do que tínhamos antes e estamos preparados para estes números em termos de apoio e acompanhamento”.
Portugal assiste a um “boom” na venda de viagens
Relativamente ao mercado e aos números que o mercado aponta de crescimento nos anos pós pandemia e já em 2024, Luís Henriques indica que “o que sentimos todos os dias é que a procura tem crescido todos os anos. O preço médio subiu muito. Este mercado está com uma dinâmica que nos surpreende ano após ano”. A grande incógnita relativamente à oferta para este ano é, de acordo com o responsável, se as operações que estão anunciadas para o verão se vão ter condições para se realizar, seja por limite de slots em Lisboa, entre outros. “Estamos muito otimistas face à procura, este ano poderá ser melhor que 2023. As viagens deixaram de ser um luxo, para serem uma necessidade. Quanto mais oferta, mais se vende”, reforça o responsável, sustentado nos indicadores do mercado que apontam elevados crescimentos, assim como pelo crescimento do preço médio de venda. “Hoje as agências estão mais fortes”, indica. Relativamente à Airmet, dados dos seus operadores premium em 2023 (W2M, New Blue, Icárion, FlexibleAuto, Image Tours e Lusanova) indicam um crescimento de 35% nas vendas em 2023. Na categoria seguinte, “os cinco maiores operadores preferenciais registam crescimentos superiores”. Indica Luís Henriques que “temos algum pejo em referir números mais concretos, porque não os temos exatos, mas os números são impressionantes”. Resumindo, considera que “o ano de 2023 é muito bom para nós e para todo o mercado. Enquanto grupo de gestão, sustentou aquilo que é a nossa estratégia, o nosso desejo, e que pretendemos para 2024”. De referir que em 2023 o destino mais vendido pela rede foi Portugal, seguido por Caraíbas e Cabo Verde.
Modelo de contratação faz a diferença
Para o responsável, um dos sucessos da estratégia da Airmet é o foco diferenciado no modelo de contratação, “porque faz com que sejamos o grupo de gestão que permite que as agências tenham maior rentabilidade. Tivemos a coragem de mudar a contratação de forma transversal e de certa forma fazer com que dependa apenas das agências e do seu direcionamento de vendas o seu rendimento anual. Para nós esse é um ponto importantíssimo”.
O modelo de contratação da Airmet com os fornecedores tem uma primeira segmentação de operadores, os “Premium”, que foram reforçados este ano para oito fornecedores, dois a mais face a 2023. Este modelo permite um rappel direto de 1% no final do ano a cada agência de viagens, que poderá chegar a 1,35%, dependendo do direcionamento e volume. “Acrescentámos a Sonhando, Viagens Tempo e Smytravel. Temos dentro destes fornecedores existe uma panóplia grande dentro de todo o tipo de produto que o mercado quer. Tivemos muitos operadores a demonstrarem interesse em estar nesta lista. Este é um modelo simples e fácil”, acrescenta Luís Henriques, que insiste: “mesmo com outros parceiros privilegiamos o rapel por ponto de venda, em detrimento do rapel por grupo”. Acredita o responsável que “este modelo permite que as agências atinjam níveis de rentabilidade que não conseguem face a outros modelos. Esta foi uma aposta que começou em 2022, o ano passado já foi mais sistematizada, este ano haverá mais fornecedores a trabalhar sob este modelo”. Para este ano a Airmet tem como objetivo aumentar as vendas e chegar a outros níveis de rentabilidade no final do ano. “Na reunião de comunicação das negociações com fornecedores para 2024 tivemos a participação de 294 pessoas, o que nos deixou muito satisfeitos. Este é um caminho que foi difícil na fase inicial, mas acreditamos que é o caminho certo, temos que tirar partido das negociações que fazemos para um aumento da rentabilidade das nossas agências”, enfatiza o interlocutor.
Dentro do modelo de contratação a Airmet há um segundo nível, que são os operadores “Preferenciais”, em que os rappeis são por agência e não por grupo, que contam com cerca de 12 fornecedores, permitindo também ter valores interessantes de rentabilidade no final do ano, de acordo com o divulgado.
Para Luís Henriques, “pensamos que este modelo de contratação é o que nos permite crescer tanto ao nível do número de lojas de ano para ano. Dos números que conseguimos auferir registamos crescimento em volume pela integração das novas lojas, mas um crescimento orgânico da própria revê. A rede está hoje mais inteligente ao nível do direcionamento de vendas, apostando em operadores específicos”.