A 50.ª edição da Boot Düsseldorf já está a todo o gás. Para este ano, estão esperados 250 mil visitantes oriundos de 73 países. Com o lema “experiência 360.º de desportos náuticos”, esta edição abrange 17 pavilhões onde cada empresa e entidade apresenta a diversidade de produtos e serviços relacionados com o turismo náutico.
No Pavilhão 8a, está a Câmara Municipal de Vila do Bispo. Foi no stand C47 que encontrámos uma empresa de desportos náuticos. Situada em Sagres, no concelho de Vila do Bispo, a Wind4All trabalha especialmente com o “mercado estrangeiro”.
Foi com o responsável que conversámos sobre a presença “assídua” na Boot Düsseldorf. No que toca ao mercado alemão, Joel Ramos explica que o maior desafio passa por “conseguir chegar a um mercado tão grande”. As dificuldades mais “sentidas” nestes últimos três anos são “mesmo perceber onde chegar, como chegar e como conseguir apresentar o produto”. Pela primeira vez, este profissional está a apresentar a área que mais domina, o Windsurf. Esta é a “grande novidade que trago”, acrescenta.
Ao longo destes três anos, Joel Ramos explica que veio sempre com um objetivo para cada edição em que esteve presente. No primeiro ano, o grande objetivo passou por “dar a conhecer ao público que Portugal também tem este tipo de atividade”, um desafio que “foi conseguido”. No segundo ano, foi conseguir “contactos com fornecedores e outras marcas” e “conhecer as novidades que existem no mercado dentro da minha área”. Também foi um desafio que ficou “bem conseguido”, garante. Nesta edição (terceiro ano), “é conseguir arranjar operadores turísticos que trabalhem o Windsurf.” Há três anos que “nunca consegui. Ontem, pela primeira vez, tive a sorte de encontrar um interessado no Windsurf”. Joel está confiante mas tudo depende “das avaliações que estão a ser feitas”.
Sobre o “peso” do Turismo Náutico, o responsável considera que “as pessoas procuram cada vez mais por experiências” e quem as pode proporcionar é “quem trabalha nessas atividades”. No entanto, considera que “estamos numa fase imprevisível”: por um lado, “temos pessoas muito ligadas e dependentes às tecnologias” o que as “afasta das práticas regulares”; por outro, o responsável considera que essas mesmas pessoas, “nem que seja para tirar a tal fotografia e publicar nas redes sociais”, podem-nas levar a procurar, não por um “habitué” e continuar a postar nas redes, mas “sim pela procura de novas experiências”.
No que toca ao futuro do Windsurf, Joel Reis diz que a tendência de mercado é “acabar com os cursos de longa duração”. Considera assim que o mais importante é “conseguir criar uma experiência” onde a pessoa que experimenta uma vez e gosta “volte a experimentar e repita sucessivamente”. O professor deste desporto dá um exemplo de como faz com os seus clientes. “Numa hora e meia, tenho de conseguir meter uma pessoa a fazer WindSurf. Caso não o consiga nessa hora e meia, a pessoa não paga. Até hoje, todos me pagaram!”, sublinha. Quanto à evolução e se vai ou não ser um windsurfista, para o responsável, “vai depender de muitas coisas”. Mas, “desconfio que se conseguirmos apanhar 5 a 10% desse target e prepará-los para serem profissionais, vale bem aposta”, conclui.